| 04/01/2004 19h
A rede de televisão árabe Al Jazeera divulgou neste domingo, dia 4, uma fita de áudio supostamente de Osama bin Laden, na qual ele insta os muçulmanos a lutarem contra a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos. O áudio menciona a captura do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein pelas forças norte-americanas em dezembro. Isso indica que a fita foi gravada nas últimas três semanas.
Caso seja autenticada, a fita seria uma prova de que o homem acusado pelos Estados Unidos de planejar os atentados de 11 de setembro de 2001 continua vivo, apesar dos esforços de Washington por capturá-lo ou matá-lo. A voz na fita, que parecia similar a de gravações anteriores da Al Qaeda, disse que os líderes muçulmanos e árabes estavam em choque com a queda de Hussein, porque demostrava que os regimes ditatoriais podem ser derrubados por forças estrangeiras.
– Mais perigoso foi a abertura da porta para o uso de uma força externa para mudar regimes ditatoriais, especialmente depois que viram a captura de seu ex-companheiro e a colaboração com os Estados Unidos – disse a voz em referência a Hussein.
O departamento norte-americano de Estado não fez comentários de imediato, mas um porta-voz da CIA disse que demoraria dois dias para verificar se a fita é efetivamente de Bin Laden ou não. O áudio ainda incitou os muçulmanos a lutar contra a ocupação norte-americana no Iraque, criticou os governos árabes do Golfo Pérsico por apoiar a invasão e afirmou que a luta contra as forças dos EUA deve acontecer com armas e não mediante o diálogo.
A voz também demanda que os muçulmanos lutem contra o que ele chama de conspirações contra o Islã e advertiu que a queda de Bagdá seria um precursor da ocupação norte-americana na Arábia Saudita e em outros países do Golfo Pérsico.
– Não deveria haver diálogo com os invasores exceto com as armas e por isso é que devemos nos esforçar – declarou.
A fita criticou ainda os movimentos de paz no Oriente Médio, destacando o plano de paz respaldado pelos Estados Unidos e um acordo simbólico de paz firmado em Genebra, como "uma tentativa de destruir a mesquita al-Aqsa (de Jerusalém) e de dominar a yijad (guerra santa) na Palestina".
As informações são da agência Reuters.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.