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O presidente palestino, Yasser Arafat, disse nesta quarta, dia 17, estar disposto a morrer como um mártir e prometeu usar sua metralhadora para se proteger de soldados israelenses que tentem exilá-lo ou assassiná-lo.
– Sou um soldado palestino. Usarei minha arma para defender não apenas a mim, mas também a todas as crianças, mulheres e homens palestinos e para defender a existência da Palestina. Há alguém na Palestina que não sonhe com o martírio? Há algum palestino que não se sacrificaria como um mártir diante dos bombardeios e mísseis diários de Israel? – afirmou Arafat, enquanto apontava para o seu fuzil automático colocado do lado de sua cadeira.
O martírio no Islã refere-se à morte de alguém por acidente ou em nome de uma causa nobre como a defesa de sua terra ou de sua religião. Israel detonou protestos em todo o mundo, na semana passada, ao anunciar ter decidido "remover" Arafat depois de dois atentados suicidas que mataram 15 pessoas em território israelense.
O Estado judaico não disse nem quando e nem como iria agir contra o presidente palestino, de 74 anos, há quase dois anos confinado em seu gabinete em Ramallah por soldados israelenses. Arafat ainda minimizou o veto dos EUA a uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que exigia de Israel não ferir e nem expulsar o presidente palestino. Segundo ele, esse "não é o primeiro veto contra os palestinos e não será o último".
Algumas autoridades palestinas disseram temer que a decisão dos norte-americanos seja interpretada por Israel como um sinal verde para matar Arafat. A ameaça do Estado judaico de "remover" o presidente palestino, acusado de ser um obstáculo à paz, chamou a atenção do mundo para o dirigente e aumentou a popularidade dele junto a seu povo.
Os EUA, maiores aliados de Israel, tentavam isolar Arafat. O governo norte-americano concorda com as acusações dos israelenses de que o presidente palestino fomenta os atentados terroristas, acusação que Arafat rechaça. Israel elogiou o veto dos EUA e acusou alguns membros do Conselho de Segurança da ONU de ignorar a violência contra seu povo. Dos 15 países-membros do órgão, 11 votaram a favor da resolução, enquanto 3 (Grã-Bretanha, Alemanha e Bulgária) se abstiveram.
As informações são da agência Reuters.
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