| 13/11/2010 21h56min
O cenário era o de uma verdadeira decisão no Pacaembu: casa cheia e a possibilidade para as duas equipes de terminarem a rodada na ponta na tabela. E ainda invicto sob o comando de Tite, o Corinthians finalmente voltou à liderança do Brasileirão. Mesmo que provisoriamente... Num jogo em que a marcação prevaleceu sobre a qualidade individual das duas equipes, Ronaldo marcou de pênalti o gol da vitória do Corinthians sobre o Cruzeiro, por 1 a 0.
Em jogo tenso - como toda a final deve ser - a vitória corintiana foi decidida somente nos últimos minutos, num pênalti polêmico marcado pela arbitragem. E na primeira das "finais" do Campeonato Brasileiro, o Timão comprovou que quando precisa da vitória, tem jogadores que fazem a diferença. Até a partida entre Fluminense e Goiás, neste domingo, a liderança do Campeonato Brasileiro muda de dono.
Primeiro tempo truncado
Com o time completo e apoiado pela presença da Fiel, esperava-se que o Corinthians tomasse a iniciativa do jogo. Mas nos primeiros 10 minutos de partida, o Timão praticamente não passou do meio de campo com a bola dominada. Marcado individualmente por Ralf, Montillo era bem acionado por Jonathan tanto pelo meio como pelo lado direito, e o Cruzeiro chegava constantemente ao gol defendido por Julio Cesar. Sem arriscar ao gol, no entanto, não dava trabalho ao goleiro corintiano.
Só aos 12 minutos a primeira chance Alvinegra apareceu. Elias recebeu de Dentinho, e arriscou o chute cruzado, de longe. A bola não saiu com a força desejada pelo volante, e ficou fácil para o goleiro Fábio. No minuto seguinte, um lance polêmico agitou a torcida. Em rápido contra-ataque do Cruzeiro, Thiago Ribeiro invadiu a área, driblou o goleiro Julio Cesar e antes de que pudesse finalizar desabou no gramado. Atento no lance, o árbitro não foi na dele e ainda mostrou o cartão amarelo por simulação.
Até a metade da primeira etapa, o Corinthians parecia nervoso pela pressão da partida e a necessidade da vitória. Errando muitos passes, a equipe não fazia a bola chegar com qualidade ao ataque. Jucilei não demonstrava a qualidade de sempre nas saídas de bola e, isolado no ataque, Ronaldo tinha de voltar até o meio de campo para buscar a bola se quisesse tentar alguma jogada de efeito. Prejudicado pela forte marcação do time celeste, o Timão demorou a equilibrar o confronto.
Como Gilberto, escalado na lateral esquerda, dedicava a maior parte do tempo à marcação no campo defensivo, o lado direito parecia o caminho para o gol cruzeirense. Com os chutes de fora da área, o volante Fabrício chegava a levar perigo. E aos 40, quem soltou a bomba foi Ronaldo. Sem dó da equipe que o projetou para o futebol brasileiro, Ronaldo chegou à frente e arriscou forte. A bola subiu demais e passou rente ao travessão cruzeirense.
E se quando a "decisão" no Pacaembu seguia truncada e marcações, o Corinthians apostava na qualidade individual de suas peças no meio. Bruno César – punido com o cartão amarelo e suspenso na próxima rodada, contra o Vitória – e Elias passaram a rondar a área adversária criavam boas chances. Em bonito lance, aos 45 minutos, Elias entrou driblando na área, livrou-se dos marcadores e ficou sem ângulo para o chute. Na tentativa de cruzamento para o Fenômeno, a zaga afastou o perigo. Com o empate, o Corinthians descia para o vestiário na liderança do Brasileiro.
Final polêmico e liderança alvinegra
O segundo tempo começou com maior posse de bola do Corinthians. No entanto, uma má notícia para o torcedor Alvinegro logo no primeiro minuto: Dentinho levou o terceiro cartão amarelo e é mais um suspenso na próxima rodada. Aos sete, a melhor chance do Corinthians até então. E só podia ser dele. Ronaldo recebeu bom passe de Bruno César e já emendou o chute de primeira. Mais uma vez, a bola passou rente à trave defendida por Fábio.
Era só Montillo aparecer em posição de receber a bola que Ralf chegava grudado na marcação. Com a principal peça criativa do Cruzeiro anulada, o time mineiro não conseguia mais impor o ritmo da partida. Apesar da posse de bola passar a ser na maior parte do tempo corintiana, as melhores chances ainda apareciam somente nos chutes de longa distância. Aos 18, Elias arriscou da entrada da área e bola saiu à direita do gol.
Um minuto depois, uma das esperanças de gol da Fiel entrava no gramado. Recuperado de uma ruptura total do músculo na coxa esquerda, o "motorzinho" Jorge Henrique voltava a jogar com a camisa do Timão. Apesar de demonstrar o empenho de sempre, JH não acompanhava o mesmo ritmo dos companheiros. Até os minutos finais...
Se um destaque do Corinthians voltava à campo depois de longo tempo parada, o principal destaque cruzeirense saía lesionado. Com entorse no tornozelo, Montillo deu lugar a Roger na armação da equipe. E foi aí que a melhor chance do Cruzeiro na segunda etapa apareceu. Thiago Ribeiro recebeu lançamento cara-a-cara com Julio Cesar. O goleiro saiu muito bem do gol e por baixo, limpo, afastou o perigo de gol.
E o dia era mesmo do jovem goleiro alvinegro. Fabrício toca de primeira para Wellington Paulista, que arriscou o chute, obrigando o carequinha a fazer grande defesa. Como o Corinthians não transformava a posse de bola em gols, Tite decidiu modificar o jogo da equipe. No lugar de Dentinho, Danilo entrou para melhorar a qualidade do passe e da saída de bola corintiana.
Quando o duelo caminhava para o empate, um lance polêmico da arbitragem decidiu a vitória. Jorge Henrique – e que reforço o Corinthians conseguir na reta final! – cruzou para Ronaldo pela direita. Na subida para o cabeceio, o Fenômeno foi derrubado por trás e o árbitro Sandro Meira Ricci marcou pênalti. Depois de muita reclamação, o zagueiro Gil, autor do pênalti, foi expulso. Na cobrança, aos 43 minutos, Ronaldo colocou no canto esquerdo e o goleiro Fábio nem na foto apareceu. Indignado, Fabrício deixou o gramado por vontade própria.
Depois do apito final, muita confusão no Pacaembu. E no duelo do melhor mandante contra o melhor visitante do Brasileirão, deu Corinthians, o novo líder do Brasileiro a três rodadas do fim.
No próximo domingo, o Timão viaja à Bahia, onde enfrenta o Vitória, no Barradão. No mesmo dia, o Cruzeiro recebe o Vasco, no Parque do Sabiá, em Minas Gerais.
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