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 | 06/10/2010 20h14min

Serra quer lei que limite ação do presidente na campanha

Sem citar nome, tucano criticou em Brasília presença de Lula nas campanhas de aliados

Em discurso a lideranças e aliados durante o encontro nacional do PSDB, convocado para dar largada ao segundo turno da campanha tucana, o candidato à presidência da República pela sigla, José Serra, fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à sua adversária, Dilma Rousseff (PT), sem citar expressamente seus nomes.

Ele afirmou que, se for eleito, não fará ameaças à oposição e defendeu a aprovação de uma lei que regulamente a conduta do presidente nas campanhas eleitorais.

— Com o apoio do Congresso, vamos aprovar um marco para regulamentar a participação dos chefes de Executivo nas campanhas eleitorais.

O tucano citou o exemplo do senador Tasso Jereissati (PSDB), que não conseguiu se reeleger no Ceará. Ele atribuiu a derrota de Tasso a uma disputa desigual imposta pelo presidente Lula, que para a oposição excedeu os limites do cargo ao atuar como cabo eleitoral nessa eleição.

Em um recado claro ao presidente, afirmou que respeitará a oposição em seu eventual governo e fez duras críticas indiretas a Lula, que em Santa Catarina pediu aos eleitores que ajudassem a "extirpar o DEM" da política nacional.

— Nunca tratei, não trato e não vou tratar oposição como inimiga da Pátria. Nenhuma força política vai ser dizimada ou ameaçada de liquidação.

O candidato pelo PSDB também aproveitou para alfinetar Dilma, que teria perdido milhões de votos ao dar margem a dúvidas sobre suas posições a respeito de determinados assuntos, sensíveis à sociedade civil, como religião e aborto.

— O eleitor vai avaliar o que cada um fez, o que pensa e o que fará. E se cada candidato tem duas caras. Eu tenho uma só.

Ele afirmou que Dilma muda de opinião, como na polêmica sobre o aborto. Nesse momento, incorreu em ato falho, dizendo-se, equivocadamente, favorável ao procedimento.

— Nunca disse que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) me agrada, nunca disse que sou contra o aborto, porque sou a favor. Quero dizer, nunca disse que sou a favor do aborto, porque sempre fui contra — corrigiu-se, imediatamente.

Agência Estado
Marcos Brandao/ObritoNews / 

Serra participou de reunião em Brasília com em apoio a sua candidatura no segundo turno
Foto:  Marcos Brandao/ObritoNews


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