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Esportes  | 29/09/2010 08h05min

Além de pai coruja, Nei é craque nos games

Quase diariamente, o lateral colorado joga com o filho adotivo em casa

Diego Guichard  |  diego.guichard@zerohora.com.br


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Milan contra Real Madrid. Duas das potências mundiais foram colocadas à prova, mas no videogame. Em um combate disputado ontem, 3 a 0 fácil para os italianos. O curioso é que o time vermelho e preto era controlado pelo lateral-direito Nei. O adversário: o filho adotivo Vitor, de 16 anos.

Quando não está em treinamentos ou partidas, o operário de Celso Roth costuma ficar em casa, jogando videogame. Somente para PlayStation 3, possui quase 100 títulos no acervo pessoal. São horas e mais horas como tenista no Top Spin, músico, no Guitar Hero, ou até boleiro no Pro Evolution Soccer 2010. E o principal rival é o próprio Vitor.

– Levo alguma coisa do campo para o game, como a marcação e cobertura. Conheço os atalhos – se gaba

Além dos games, outra paixão: filmes e seriados. Na estante do quarto, tem guardadas séries completas como Arquivo X, Supernatural, Prison Break, Lost e House. Para completar, o atleta também tem coleção de livros. A explicação:

– Gosto bastante de ler. E isso vale até para saber se comunicar melhor nas entrevistas coletivas.

O paizão Nei

Foto: Cláudia Cantagalo

A relação afetiva entre pai e filho começou há cinco anos, quando o atleta tinha 19 anos. Vitor era de família com dificuldades financeiras, e Nei sentiu que seria muito mais do que amigo do garoto quando passaram um final de semana juntos, com familiares do jogador. Hoje, moram com a mulher e o irmão do colorado, em Porto Alegre.

– Tenho costume de beijar o rosto para dar boa noite. Quando fiz isso no Vitor, ele começou a chorar. Disse que nunca um pai havia feito isso por ele. Naquele momento, resolvi que o adotaria – conta.

O mais interessante é que essa rivalidade do videogame poderá passar para os gramados reais. Vitor pretende ser jogador de futebol. Mas não será lateral e sim volante.

– Fiz ele desistir da lateral. É uma função em que se corre muito e se escuta demais – comenta o jogador.

Lateral ou goleiro?

Foto: Cláudia Cantagalo

No final da vitória emblemática contra o Corinthians por 3 a 2, um lance de Nei lembrou o duelo entre Uruguai e Gana, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Ao tentar salvar o gol vazio, o jogador espalmou a bola por sobre o travessão (assim como o uruguaio Suárez havia feito no Mundial). O juiz assinalou o pênalti e ainda expulsou o lateral-direito colorado. Por isso, ficou de fora contra o Palmeiras, nesta quarta-feira.

Ser goleiro não é novidade para Nei. Nos treinamentos, volta e meia brinca embaixo da trave. E já atuou duas vezes como arqueiro, em partidas oficiais. No armário do quarto, guarda com carinho um par de luvas, usada por ele mesmo, em peladas.

– Quando atuava na Ponte Preta, o preparador físico sabia que eu atuava no gol. Quando o goleiro Jean foi expulso, me colocaram na função. E ainda estou invicto como goleiro – lembra.

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