| 31/08/2010 06h11min
Os números são preocupantes.
No ano passado, a média de público em casa foi de 17.776. Nos oito jogos de 2010 no Olímpico pelo Brasileirão, desabou para 11.424. Em 2008, ano em que o Grêmio disputava o título, bateu nos 31.725. Apesar das atenuantes e mesmo diante da gangorra Gre-Nal, com o Inter festejando o bi da Libertadores, é demais.
Por isso Iúra está chateado.
Iúra está para o Grêmio assim como o zagueiro Rondinelli para o Flamengo de Zico: é o deus da raça. Nunca houve em toda a história tricolor um jogador mais raçudo e gremista do que o Iúra dos anos 70. Igual a ele, houve vários. O próprio Renato, o cangaceiro Dinho, mais recentemente Sandro Goiano. E outros. Mais do que Iúra, jamais. Por isso ele tem autoridade para cobrar.
— Não importa se é à noite, se é às 18h30min ou se está chovendo. Numa hora destas, tem que ir ao Olímpico. Eu sou crítico desta direção, mas pedi licença para ir lá ajudar. E vou seguir indo estádio. Ser torcedor só na boa é barbada. Duro é ir lá apoiar quando nada dá certo — esbraveja Iúra. — Não tem explicação. Contra o Santos tinha pouco mais de 10 mil. Mas como??
É um desabafo que merece reflexão. Iúra enfrentou com sofrimento e destemor o período difícil dos anos 70, quando o Inter de Falcão foi octa gaúcho e bi brasileiro. Ele ajudou a quebrar a hegemonia colorada. Fez parte do título de 1977 sob o comando de Telê Santana. Ali foi plantada a semente dos anos de fartura logo a seguir, nos anos 80 e 90.
Iúra não compreende como é possível o Olímpico não ter, no mínimo, 20 mil pessoas por jogo para ajudar a equipe a sair da zona do rebaixamento.
Ele está certo. O horário e o clima têm sido carrascos com o Grêmio. Jogo às 18h30min é de doer. Acaba tarde demais, e quem precisa pegar ônibus ou Trensurb para voltar à Região Metropolitana corre riscos até de segurança. Há limitações que vão além do futebol, admito.
Ainda assim, está na hora de a torcida do Grêmio dar uma demonstração de força já contra o Guarani, amanhã. O horário é bom: 19h30min. De que adianta o fator local se o público mal chega a 10 mil? O adversário se sente como se estivesse em casa. No momento difícil, fazer do estádio um caldeirão é básico.
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