Mesmo distante três mil quilômetros do Olímpico, Sandro Goiano, 37 anos, está sofrendo com a situação do Grêmio como se ainda usasse a camisa 8 que foi sua na Batalha dos Aflitos. Ele mora em Belém, no Pará. Assinou contrato com o Paysandu até o fim de 2011.

Enquanto tiver fôlego, seguirá jogando. Sabe que é quase impossível, mas acalenta o sonho de se aposentar em Porto Alegre. Lá de longe, um dos símbolos da garra na história recente do Grêmio manda o seu recado por meio de uma frase singela, mas plena de significado. É uma frase que vai ao encontro do sentimento do torcedor, expressado por meio da rebelião deflagrada na internet com os desabafos de gremistas gravados em vídeos e postados no youtube.

— Queria estar aí — suspira Sandro Goiano ao telefone.

E por que Sandro Goiano queria estar aqui? Para correr feito doido e tirar o Grêmio da incômoda zona de rebaixamento. O volante tem uma receita simples a oferecer ao seu time do coração. Em tempo: o volante não é gaúcho. Seu estado natal está no nome de guerra no futebol, mas ele e a família se declaram gremistas. Sandro entende que o time do Grêmio não é apenas bom, mas muito bom. Por isso quase eliminou o Santos na Copa do Brasil. Sendo assim, basta acrescentar pitadas de suor a mais por parte de cada jogador, dirigente, funcionário e torcedor e pronto: o Grêmio não cai:

— Uma pitada a mais de suor a cada rodada e pronto. O Grêmio sai dessa.

Vindo de um jogador que sofreu com o Grêmio na Série B e sempre compensou com raça o que lhe faltava em apuro técnico, a receita de Sandro Goiano chega a ser comovente. Talvez não seja tão complexo e difícil assim a tarefa de evitar uma nova queda. Desde que a receita de Goiano seja cumprida à risca.

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