Esportes | 03/08/2010 08h07min
Dentro de campo, a luta do Grêmio é para escapar da zona do rebaixamento. Fora, pelo poder. Por trás da troca de farpas entre a diretoria e ex-dirigentes, estão as articulações para a renovação de 150 nomes do Conselho, em setembro, e a sucessão presidencial, em outubro.
A oposição centra seu discurso no desempenho do time, segundo ela não compatível com os elevados custos da folha de pagamentos. Ex-vice de planejamento, Eduardo Antonini diz que os gastos superam os R$ 4 milhões. Aponta, também, um déficit mensal superior a R$ 1,7 milhão, que obrigou o clube a antecipar parcela considerável da receita de 2011 da televisão. Os valores são contestados pelo vice de finanças Irany SantAnna Jr.. Segundo ele, os custos com jogadores e comissão técnica não ultrapassam R$ 3,2 milhões. E o déficit mensal é de pouco mais de R$ 800 mil.
Revoltado, o diretor de futebol Luiz Onofre Meira sintetizou, após o Gre-Nal, seu pensamento sobre os ataques oposicionistas.
— São manifestações oportunistas, que não contribuem para o engrandecimento do clube — queixou-se.
Até julho, ainda havia a possibilidade de uma chapa de consenso para a renovação do Conselho, dia 11 de setembro. O “chapão”, costurado pelo ex-presidente Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, permitiria a elaboração de uma chapa única, em que cada movimento elegeria 75 nomes. Sepultada a ideia, resta o confronto entre situação, representada pelo G-6, reforçado pelo Grêmio Vencedor, e oposição, composta por Grêmio Independente, Novo, Democrático e Sem Fronteiras. Quem eleger mais conselheiros larga em vantagem para a eleição presidencial, na primeira quinzena de outubro. As duas alas dizem não temer o segundo turno, com voto dos associados. Mas ficariam satisfeitas se pudessem eleger o seu candidato a presidente ainda no primeiro turno, com o voto exclusivo dos conselheiros.
Base eleitoral de Duda Kroeff em 2008, o G-6 tem em seus quadros nomes como Fábio Koff, Cacalo, Hélio Dourado, Flávio Obino e Oly Fachin. As bases sonham com uma nova candidatura de Duda, que reluta. Diante disso, Irany Sant’Anna Jr., Raul Régis de Freitas Lima e César Pacheco surgem como alternativas.
Paulo Odone é o único ex-presidente identificado com a oposição. Trata-se do nome preferido pelo Grêmio Novo para a sucessão presidencial. Mesmo que o projeto inicial seja apoiar uma nova candidatura de Antônio Vicente Martins, o Grêmio Independente não descarta fechar com Odone. Vicente Martins, em caso de eleição, seria o responsável pelo departamento de futebol na próxima temporada. Ainda na hipótese de uma vitória oposicionista, Eduardo Antonini seria o presidente da Grêmio Empreendimentos.
— O projeto Arena está atirado às traças. Na última reunião do Conselho, nenhum dos atuais integrantes da Grêmio Empreendimentos estava presente para dar explicações sobre ele — denuncia Antonini.
Cotados
Com mandato até o final do ano, o presidente Duda Kroeff diz que não voltar a concorrer "é uma probabilidade". Alega o imenso desgaste da função para não tentar um novo mandato. Confirmada esta hipótese, César Pacheco, atual vice de marketing, seria um dos cotados pela Situação para a sucessão presidencial de outubro. Paulo Odone é um nome de consenso entre os movimentos de Oposição. Nome preferido do Grêmio Independente, Antônio Vicente Martins assumirá o comando do futebol se a Oposição ganhar.
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