Polícia | 15/07/2010 21h26min
As primeiras informações do inquérito policial sobre o desaparecimento de Eliza Samudio foram divulgadas na noite desta quinta pelo Jornal Nacional. O documento tem mais de 800 páginas e ainda não está concluído. A investigação ainda tenta esclarecer o que ocorreu com a jovem, que é considerada desaparecida desde 4 de junho.
Segundo a reportagem do Jornal Nacional, duas amigas de Eliza foram à polícia do Rio, 20 dias depois, fazer uma queixa do sumiço da jovem. Em 25 de junho, o Disque-denúncia, em Minas Gerais, recebeu a informação de que ela teria sido assassinada e enterrada no sítio do goleiro do Flamengo Bruno de Souza, em Esmeraldas (MG).
Durante as investigações, a polícia prendeu a mulher de Bruno, Dayanne de Souza, que estava com o filho de Eliza. O bebê estava em uma casa na periferia de Ribeirão das Neves (MG). Em depoimento, Dayanne contou que Bruno disse que Eliza tinha abandonado o filho.
Até o momento, a polícia não havia confirmado que Dayanne estava com a criança. A informação era de que o menino, de cinco meses, havia sido encontrado na casa de uma mulher desconhecida.
O que mudou o rumo do caso foi depoimento de um adolescente detido na casa de Bruno, no Rio. Ele ajudou a polícia a investigar a participação de várias pessoas no crime, inclusive do goleiro. Ele falou sobre o envolvimento de amigos do jogador e também sobre a forma cruel como Eliza teria sido assassinada.
O jogador Bruno, a mulher dele e outras cinco pessoas tiveram a prisão decretada, em Minas Gerais. A Justiça também determinou a internação provisória do adolescente.
Várias testemunhas, que aparecem no inquérito, confirmam que Bruno esteve no sítio, em Esmeraldas (MG), no período em que Eliza teria sido mantida refém antes de ser morta. O registro da portaria do condomínio do sítio confirma a entrada dele, em 6 de junho, às 14h, com saída 45 minutos depois. O jogador também teve registrada entrada três dias depois, em 9 de junho. Nesta ocasião, o amigo Macarrão chegou em outro carro. Para a polícia, dia 9 de junho seria data em que Eliza foi assassinada.
Pelo depoimento do adolescente, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos teria assassinado Eliza, esquartejado e jogado partes do corpo dela aos cães. Até agora, nenhum vestígio do corpo foi encontrado.
No inquérito, constam ainda trocas de e-mails entre Eliza e a advogada dela. Em um deles, no dia 8 de dezembro de 2009, a jovem conta que Bruno a ameaçou de morte, porque ela se recusava a fazer um aborto.
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