Polícia | 14/07/2010 22h09min
O advogado Marco Antônio Siqueira protocolou nesta quarta-feira um pedido de relaxamento da prisão temporária de Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Fernandes Souza e suspeito de envolvimento com o desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do atleta.
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, solicitou um parecer do promotor Gustavo Fantini, designado pelo Ministério Público para acompanhar o inquérito policial. O despacho da juíza deverá ser anunciado amanhã. Os delegados responsáveis pela investigação consideram que Sérgio está colaborando.
A polícia também cogita delação premiada para agilizar caso. A possibilidade seria oferecida a dois primos do atleta investigados: o adolescente de 17 anos, cujo nome não é divulgado, e Sérgio Rosa Sales. O adolescente prestou depoimento hoje e deverá falar novamente nesta quinta-feira.
— Ele permanece cooperativo, praticamente confirma os depoimentos anteriores — disse a delegada Ana Maria Santos.
O outro primo, Sales, também tem colaborado com a investigação. Ele acompanhou a nova vistoria no sítio de Bruno, iniciada na noite de terça-feira e que avançou na última madrugada. O suspeito ainda apontou cômodos e áreas da propriedade onde Eliza teria sido mantida presa no início de junho.
Diante da dificuldade de localização dos supostos restos mortais de Eliza, os delegados ainda tentam encontrar subsídios que indiquem o local verdadeiro em que os restos mortais foram ocultados. E trabalham também com a hipótese de que eles tenham sido queimados.
O advogado Êrcio Quaresma, que representa Bruno e outros cinco suspeitos, disse que está estudando o inquérito e que, provavelmente nesta quinta-feira, entrará com um pedido de habeas corpus em favor do goleiro. Os advogados de defesa decidiram que os pedidos serão solicitados individualmente, e o primeiro será para a libertação do goleiro.
Zanone Júnior, que representa o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado nas investigações como o autor da execução e ocultação do cadáver de Eliza, alegou que até o momento não há "qualquer prova direta que possa incriminar" seu cliente.
Nesta quarta-feira, foram realizadas buscas na casa de Bola, onde foram identificadas paredes ocas, e no sítio do goleiro Bruno, onde a polícia encontrou fios de cabelo e vestígios de sangue.
Polícia aguarda resultado de exames nos materiais recolhidos no sítio do goleiro Bruno
Foto:
Charles Silva Duarte, O Tempo, AE
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