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 | 28/05/2010 06h10min

E agora: Fossati ou Abel?

 





Escrevi uma vez aqui na coluna e vou repetir, já que as críticas ao desempenho do time agora são públicas e da própria direção, como se viu após a surrealista derrota de virada do Inter para o Vasco por 3 a 2 após livrar 2 a 0 no placar.

O Inter já sondou Abel Braga para o lugar de Jorge Fossati.
Hoje, este é o nome mais forte para substituir o uruguaio.

E não tem nada de antiético nisso. A relação dos dirigentes do Inter com Abel é quase afetiva depois das conquistas da Libertadores e do Mundial em 2006. É até infantil supor que amigos — é o caso de Fernando Carvalho, Vitorio Piffero e Abel Braga — nunca falem de assuntos do clube quando conversam por telefone. Foi assim antes, seguiu sendo durante e será assim depois Fossati.

Uma piada óbvia diria que um espaço chamado No Ataque só poderia mesmo criticar Fossati, que sempre dá um jeito de tirar atacantes e colocar zagueiros no time, mesmo que tome muitos gols desse jeito. Não é nada disso.

O nome da coluna nasceu da necessidade de oferecer aos leitores, internautas ou não, opinião com informação. É o caso das conversas com Abel, um nome que teria a vantagem de conhecer o clube como poucos, reduzindo os efeitos ruins de uma mudança.

O único obstáculo para trazer Abel Braga é a multa rescisória de US$ 2 milhões (cerca de R$ 3,6 milhões).

O contrato com o Al-Jazira, dos Emirados Árabes, termina em maio de 2011. O salário, equivalente a R$ 600 mil mensais, é alto. Abel se dispõe a ganhar menos. Mora sozinho em Abu Dhabi. Aos 58 anos, vê a mulher e os filhos (Fábio está nos juvenis do Fluminense) de vez em quando. Quer muito voltar. O Vasco estava na briga, mas a contratatação de Celso Roth deixou o Inter sozinho. O negócio é convencer os xeques. Com a ajuda de Abel.

Carvalho não gosta de trocar de técnico como quem troca de roupa. Tem razão. Mudar o comando do time é sempre a solução mais fácil.

Nunca é bom mexer em meio a um campeonato, seja ele qual for. Mas este 2010 tem uma diferença fundamental. É ano de Copa.

Haveria um mês de trabalho antes da semifinal da Liberadores contra o São Paulo, reduzindo os efeitos da mudança. Se o Inter decidir pela troca de Jorge Fossati nenhum dos preceitos tão caros a Carvalho estariam comprometidos.

A experiência de Fernando Carvalho saberá dizer se este momento chegou.

O certo é que o nome da hora é Abel Braga.

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