Depois da notícia que o Sindicato dos Atletas Profissionais entrará na Justiça solicitando a troca dos horários do Campeonato Gaúcho, por causa do forte calor que assola o Estado, o presidente da FGF se manifestou sobre o assunto. Segundo Francisco Novelletto, foi a televisão quem escolheu os horários, com consentimento dos clubes, que assinaram um contrato:

— Existe um contrato assinado com todos os clubes dando autonomia a televisão, que comprou os direitos dos jogos, para estabelecer os horários. Como foi um valor bastante significante para os clubes, ela criou dois horários novos: 11h, nos domingos, e 17h, nos dias de semana. É um horário que a televisão marcou e não a FGF — explicou.

Novelletto ainda afirmou que a medida do Sindicato irá prejudicar não apenas os clubes, mas também os jogadores:

— Se o Sindicato entrar na Justiça contra os horários, vai prejudicar os clubes, já que tem um contrato assinado. Conseqüentemente as verbas que recebem por mês serão canceladas. Vai prejudicar os atletas, que não receberão por causa das verbas — disse.

O presidente da FGF ainda comparou o trabalho dos jogadores de futebol com os operários comuns, que não tem as mesmas mordomias:

— Não sou favorável a este horário, mas falam tanto em ser desumano. Eu te pergunto: E quem ganha R$ 600 por mês como ajudante de obra? Que trabalha oito horas por dia, e não tem toda mordomia de hotéis, salários e alimentação. Precisam levar uma vianda para o seu trabalho — comparou.

Para finalizar, defendeu o dinheiro da televisão, que acaba por beneficiar os jogadores e clubes. E também afirmou que já assistiu jogos em horários alternativos, como na Copa do Mundo de 1994:

— Então precisamos ver o contraponto da história. Hoje se têm bons gramados, boas condições para os times visitantes. Isso não cai do céu. É do dinheiro dos direitos da televisão. Eu já assisti jogos da Copa do Mundo ao meio-dia, nos EUA.