Antes da viagem para o Catar, a comissão técnica da Cimed teve duas semanas para se preparar para os dois maiores obstáculos que terá pela frente em Doha: a qualidade dos times europeus e as exigências da Golden Formula, a nova regra que será testada durante o Mundial de Clubes.

Golden Formula

Na nova regra, o primeiro ataque de cada ponto terá de ser feito atrás da linha dos três metros. A intenção da Federação Internacional de Vôlei (Fivb) é manter a bola mais tempo no ar e aumentar o número de ralis.

Raça para vencer os europeus

Os grandes concorrentes ao título são os europeus. Contra verdadeiras seleções internacionais, com direito a campeões olímpicos, campeões da Liga Mundial e do Europeu de seleções, o remédio é a boa e velha raça brasileira:

— A gente sabe de todo o investimento que os clubes europeus fazem. Nós vamos lá pensando, primeiro, em classificar para a semifinal. Aí, vamos fazer como a gente sempre faz: jogar com o coração — garantiu o ponteiro Thiago Alves.

Como os europeus já estão jogando os campeonatos locais, terão pouco tempo para treinar usando a nova regra. E é aí que a Cimed pode levar vantagem, pois teve mais tempo para se adaptar à novidade:

— Hoje os jogadores não precisam mais pensar: “Tenho que atacar do fundo”. Já acontece ao natural, isso é importante — avaliou o técnico Marcos Pacheco.

— É uma adaptação complicada, mas a gente tem melhorado a cada dia — refletiu o levantador Bruno.

Os principais adversários no caminho do título:

O atual campeão russo foi convidado pela organização do torneio. O capitão do time é ninguém menos do que o levantador campeão olímpico Lloy Ball, que divide o status de estrela do time com outro norte-americano daquela equipe que foi medalha de ouro em Pequim, o oposto Stanley. O time tem ainda o central Bogomolov (excelente bloqueador), além do ponteiro Tetyukhin e do líbero Verbov, da seleção russa.

PGE Skra Belchatow
O time polonês deve ser o grande adversário da Cimed na primeira fase. Atual campeão da Polônia, o clube também participa do Mundial a convite da organização do torneio. Tem sete jogadores da seleção polonesa, campeã europeia (entre eles o gigante Mozdzonek, de 2m11cm), além do ponteiro Antiga, da seleção francesa, e do levantador Falasca, da seleção espanhola.

Trentino
Atual campeão europeu, o time italiano é apontado como o grande favorito ao título do Mundial. O capitão da equipe é o ponteiro búlgaro Matey Kaziyski, um dos melhores jogadores do mundo na posição. A equipe conta com dois jogadores brasileiros: o oposto Leandro Vissotto, campeão da Liga Mundial com a Seleção, e o levantador Raphael.

Ilustres desconhecidos

Payakan
O iraniano Payakan é o atual campeão asiático. Conta com jogadores que participaram do Mundial juvenil, na Índia, e deram muito trabalho ao Brasil. O auxiliar técnico Marcel e o líbero Thales, que foram campeões do torneio em solo indiano com a Seleção Brasileira, podem passar boas informações ao técnico Marcos Pacheco.

Al-Arabi
Os times do Oriente Médio geralmente contratam estrangeiros “top de linha”. Porém, como a temporada na Europa está a pleno vapor, o time conseguiu garimpar apenas dois cubanos. Um deles é o experiente Osvaldo Hernandez, de 39 anos, ex-ponteiro da seleção de Cuba.

Corozal
Os “Plataneros” de Corozal conquistaram oito títulos na liga local, inclusive o da última edição, depois de 21 anos na fila. A liga portorriquenha sempre tem muitos jogadores estrangeiros (jogadores tarimbados como os brasileiros Kid e Dirceu e o espanhol Rafa Pascual já jogaram lá) e o vôlei do país vem crescendo nos últimos anos.

Zamalek
O time egípcio ganhou a vaga por ter conquistado o Africano de clubes. A equipe conta com cinco jogadores campeões do Africano de nações. Foi o terceiro título consecutivo do Egito, que garantiu vaga na Copa dos Campeões, no Japão, junto com a Seleção Brasileira.