| 20/08/2009 19h35min
O caso "Máfia do Apito", escândalo de manipulação de resultados chefiado pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho, ocorrido durante o Campeonato Brasileiro de 2005, no qual 11 jogos foram anulados e remarcados, e que indiciou sete pessoas pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha, chegou ao fim. Porém, diferentemente das punições que o torcedor esperava ver, ela resultou na velha e conhecida "pizza".
Nesta quinta-feira, os desembargadores Fernando Miranda, Francisco Menin e Christiano Kuntz se reuniram novamente no Tribunal de Justiça de São Paulo. Os dois primeiros, que já haviam votado pelo arquivamento do caso por julgarem que os crimes não estão previstos pelo código penal, viram Kuntz concordar com os argumentos apresentados nas últimas semanas.
Segundo ele, o caso não é apto o suficiente para ser enquadrado nos motivos pelos quais os réus estavam sendo indiciados. Na opinião do desembargador, mesmo os erros podem não ser suficientes para alterar um
resultado esportivo.
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Nós já vimos jogador ganhar Copa do Mundo com gol de mão e não ser punido, jogador sendo expulso na final para entregar o campeonato e também não ser. Erros e acertos são a essência do esporte e eles podem não mudar o resultado de uma partida. Se o juiz marca vários pênaltis de propósito e o atleta erra todos, o resultado não foi alterado. Esse caso não é apto o suficiente para ser considerado estelionato — afirmou.
Já o relator do processo, Fernando Miranda, acredita que o que é da esfera esportiva deve ser resolvido no próprio meio. Por outro lado, o promotor do Ministério Público, responsável pelo caso, Arnaldo Hossepian, lamentou o resultado, mas analisará se existe a possibilidade de tomar novas providências.
— O desembargador entendeu que não se caracteriza estelionato e formação de quadrilha. Mas vamos aguardar se o Ministério Público vai tomar alguma providência. Se tomar, tem que ser de forma refletida. Vamos verificar sobre tentar alguma coisa com calma. Mas
faz parte, a justiça
funciona dessa forma, cada um apresenta seus argumentos e temos que respeitar a decisão, mas quando patrocinamos uma causa sempre esperamos sair vencedores — disse Miranda.
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