| 10/08/2009 23h26min
A Seleção Brasileira já está em Tallinn, onde na quarta-feira disputa amistoso contra a Estônia. No futebol do país, há alguns brasileiros que jogam a liga local. A equipe do Nõmme Kalju é uma espécie de colônia brasileira. Comandados pelo técnico Getúlio Fredo, cinco brasileiros fazem parte do clube.
Em 1987, Getúlio Fredo deixou o Rio Grande do Sul para atuar no futebol asiático. Depois se transferiu para a Europa, onde atuou em Portugal e Finlândia, sendo o primeiro brasileiro a jogar em gramados finlandeses. Tornou-se técnico de futebol com carreira consolidada na própria Finlândia, inclusive tendo cidadania local. Está na Estônia há três anos. Já trabalhou com as seleções de Futsal e Beach Soccer do país e atualmente comanda o projeto de crescimento do Kalju. Com ele, em 2007, chegou o meia carioca Alan, 27, que começou nas categorias de base do Serrano, de Petrópolis, e que já atuou na Hungria, Áustria e Finlândia. Juntos, eles ajudaram o Kalju a sair de um quase rebaixamento para a terceira divisão para uma promoção à Meistriliiga, a Série A estoniana.
O meia-atacante Felipe Nunes nasceu em Porto Alegre, tem 28 anos, e já rodou muito no mundo da bola. Das categorias de base do Grêmio, passando por São José, Guarany de Garibaldi e Sapiranga, entre outras equipes, Felipe está na Estônia há duas temporadas. Em 2008 foi vice-artilheiro do campeonato. Na atual temporada, já marcou 15 gols em 19 jogos e mais uma vez luta pela artilharia. Tem dois gols a menos que Nikita Andreev, do Levadia Tallin, clube que divide as atenções com o Fc Flora.
Ainda fazem parte do grupo o zagueiro Diego Balbinot, 25, que é o capitão da equipe. Ele atuou no Esportivo e no futebol espanhol. O catarinense Murilo Maccari é um meia habilidoso com passagem pela Reggina, da Itália, pelo futebol da Eslovênia e pelo Figueirense. Chegou este ano à Estônia a convite de Fredo.
O quinto brasileiro do clube é Fábio, 25, que atuou nas categorias de base do
Grêmio, como auxiliar na comissão
técnica de Círio Quadros. Já esteve nos Estados Unidos e na Inglaterra. Chegou à Estônia há dois meses a pedido de Getúlio Fredo, para auxiliá-lo com a preparação física do time. Havia mais um gaúcho no Kalju. O lateral-direiro Márcio, 28, que desde 2004 atuou por essas bandas. Destacou-se no futebol finlandês e atuou por seis meses na Estônia, retornando para a Finlândia. Atualmente está no Atlantis.
Como bons brasileiros, eles gostam de se reunir para contar histórias e fazer uma roda de samba. O local preferido á Churrascaria Rodízio Ipanema, que tem como seu consultor o portoalegrense Jorge Eduardo Pedroso, que também por indicação de Fredo foi para a Estônia há seis meses.
Para eles, as maiores dificuldades são o idioma e o frio. No país, ou se fala estoniano ou inglês, que após a abertura tornou-se uma espécie de segundo idioma do país.
– O brasileiro vem para cá, na sua maioria, sem saber falar inglês e aí acaba sofrendo nos primeiros meses – diz o lateral-direiro Márcio.
O meia-atacante Felipe destaca o rigoroso inverno.
– Nós treinamos com temperaturas negativas no inverno. Já joguei com neve até o tornozelo – conta.
Atualmente, o Kalju ocupa a quinta posição na Meistriliiga e luta por uma vaga na Europa Cup de 2010. Nesta segunda-feira, reunidos no Rodizio Ipanema, todos estavam muito felizes por poder fazer contato com o Rio Grande do Sul e mostrar o trabalho que desenvolvem e por terem ganho, do presidente do clube, ingressos para ver o jogo da Seleção Brasileira.
Sobrou tempo até para o goleador Felipe Nunes brincar:
– Amanhã vou lá perguntar para o Dunga porque ele não chamou ninguém que atua aqui na Estônia, afinal estou marcando os meus golzinhos.
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