Geral | 05/08/2009 03h04min
Caso se repita o que estão vivendo os argentinos, os alunos brasileiros voltarão às aulas, depois das férias prolongadas, mais preparados para enfrentar o vírus da gripe A. Assim como no Brasil, as férias na Argentina foram prorrogadas – e a avaliação, no retorno, é positiva. Foi um mês de férias na Argentina. Os alunos se prepararam, então, para enfrentar o H1N1, com informação e resguardo em ambientes salubres.
Munidos de orientações divulgadas pelo governo federal e de um manual distribuído pela província de
Buenos Aires (leia as
recomendações do manual no quadro ao lado), 9 milhões de estudantes argentinos voltaram às aulas. São alunos de 21 das 24 províncias do país (incluindo a capital federal, a cidade de Buenos Aires, que tem autonomia e status de província). As exceções foram as províncias de Córdoba, La Rioja e Tucumán, que tiveram as aulas retomadas já na semana passada – também de forma tranquila.
O governo argentino antecipou as férias escolares para o dia 6 de julho. Na ocasião, os governos da cidade e da província de Buenos Aires decretaram estado de emergência sanitária, e as autoridades de várias outras províncias e municípios intensificaram as ações e recomendações de prevenção contra a gripe A.
A ampliação das férias foi uma das medidas tomadas. E ontem já se via nos pátios das escolas dessas províncias: mesmo que alertadas a tomar alguns cuidados inusuais, crianças estavam mais soltas na relação com os colegas. Brincavam sem medo. Parecia que o susto maior, enfim, havia
passado.
Constatou-se um
baixo índice de ausências – na educação infantil, 95% dos alunos retornaram; no ensino médio, 72%. E a conclusão foi de que as pessoas, sejam alunos ou professores, estavam mais informadas sobre a doença.
– As pessoas estão muito mais preparadas. Estão conscientizadas. As crianças estão orientadas a lavar as mãos com frequência. Os professores estão arejando as salas para o vírus circular. Percebe-se uma limpeza extrema. Isso não é pouco. O vírus pode continuar por aí, mas as férias prolongadas serviram para as pessoas saberem se defender melhor – disse o médico infectologista Jorge San Juan, chefe da UTI do Hospital Muñiz, de Buenos Aires, que vê a situação “sob controle”.
Entidade pede infraestrutura para prevenção nas escolas
De acordo com a assessoria do Ministério da Educação argentino, em geral os pais superaram o sentimento de pavor que as primeiras informações a respeito do vírus provocaram e tomaram alguns cuidados
importantes para preservar os filhos durante as férias.
Às escolas, caberá o controle das ausências, com explicações em relação aos motivos. Haverá, ainda, monitoramento de eventuais contágios.
Em meio ao reconhecimento de que as férias prolongadas tiveram lá sua utilidade, a crítica, no retorno tardio, coube à organização das escolas. A União dos Trabalhadores em Educação (UTE) reclama da falta de álcool e sabão líquido para lavar as mãos. Nem todas as escolas receberam os produtos na quantidade suficiente. A UTE também pede, preventivamente, que as faxinas sejam mais frequentes. O governo federal se comprometeu a atender os pedidos e a continuar tomando as medidas preventivas, especialmente durante o inverno.
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