Geral | 22/07/2009 21h47min
Em meio ao quadro de serviços lotados devido ao atendimento da gripe A, uma atitude surpreendeu o corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, na tarde desta quarta-feira.
Sob a alegação de que a Universidade de Passo Fundo estendeu as férias escolares, 50 alunos da Faculdade de Medicina que faziam estágio no hospital largaram seus postos.
O Hospital São Vicente é referência para o atendimento da Gripe A e já tez 1.125 atendimentos relacionados ao vírus. Destes, 57 casos foram notificados como suspeitos e três deles tiveram a doença confirmada por exame. Com medo da doença, centenas de pessoas procuram o hospital todos os dias, o que fez com que os 500 médicos, além de enfermeiros e funcionários, cancelassem férias e viagens, para permanecer no hospital e prestar atendimento à população.
Três médicos e três enfermeiras estão em isolamento com suspeita da gripe A, mas seguem em estado regular.
A saída dos
estagiários médicos surpreendeu a direção clínica do
hospital na tarde de ontem. O Conselho Universitário da UPF suspendeu todas as atividades acadêmicas devido à disseminação do vírus da Gripe A, e como os estagiários fazem aulas práticas no hospital, essa atividade também foi suspensa.
— Nem preciso comentar como vai fazer falta — avaliou Rudah Jorge, diretor médico do hospital.
O secretário de Saúde do município, Alberi Grando, lembrou que embora os estagiários ainda não sejam médicos, já que se formarão no final do ano, a sua saída vai mudar a rotina do hospital.
— O São Vicente tem infraestrutura para funcionar sem eles, mas com certeza o hospital terá de contratar mais gente, assim como nós. Nossos profissionais da saúde estão todos sobrecarregados — salientou Grando.
CONTRAPONTO
O Conselho Universitário informou através da assessoria de imprensa que a decisão de suspender as aulas até o dia 3 de agosto é uma precaução para
evitar a disseminação do vírus da gripe A, e é válida para todos os
alunos, incluindo os formandos em Medicina que realizavam estágio no hospital.
Os estagiários não recebem salários, mas trabalham como se fossem empregados, com as mesmas responsabilidades de horários e sujeitos a todos os riscos. Talvez essa seja a hora dos profissionais de saúde valorizarem mais os estudantes que estão lá para aprender e não para suprir os problemas da saúde pública no estado.
Estes estagiários medrosos sào os nossos médicos de amanhà, estamos perdidos.
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