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 | 19/05/2009 16h52min

BM promete linha dura contra foguetório no hotel do Flamengo

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Eis aí uma das maiores bobagens cometidas no Rio Grande do Sul. Torcedores de Inter e Grêmio insistem em soltar foguetes nas imediações do hotel onde está hospedada a delegação adversária. Agora mesmo, a propósito do jogo contra o Flamengo, amanhã à noite.

A Brigada Militar já identificou quem tentou organizar a confusão pelo Orkut. Aviso aos navegantes: o comandante do Policiamento da Capital, coronel Jones Calixtrato dos Santos, é linha duríssima. Se a Brigada Militar pegar algum integrante de organizada soltando fogos, vai punir a respectiva torcida inteirinha na hora do jogo. De acordo com ocoronel Jones, até agentes de inteligência trabalharão hoje à noite.

Agora, o inexplicável nesta história chata e repetida de foguetórios é o seguinte: sabe qual o efeito prático disso? Nenhum. Absolutamente nenhum.

Os grandes hotéis, e os grandes clubes se hospedam em grandes hotéis, oferecem isolamento acústico aos seus clientes. Portanto, os jogadores dormem feito anjinhos com ou sem ruídos externos de qualquer espécie. Em resumo, fazer barulho nas cercanias é de uma burrice colossal. Lembro como se fosse hoje de uma cena na final da Libertadores de 2007. A cidade inteira deve ter escutado o espocar dos fogos perto do hotel dos argentinos.

Na hora de dar aquela caminhada pelo gramado do Olímpico, uma hora antes da partida, lá estavam os jogadores do Boca na maior serenidade do planeta. Uns ouvindo o seu ipod, outros sorrindo em animadas rodas de bate-papo, ali adiante um terceiro grupo de mão no bolso. Estavam nervosos ou irritados em razão do foguetório? Claro que não. No jogo, todos lembram: Boca 2 a 0.

Portanto, é cientificamente comprovado que atos de barbárie contra o sonho alheio não alteram o andamento de partida alguma. Quem sofre são os vizinhos. Como fica o médico insone que tem cirurgia no dia seguinte logo cedo? E a dona de casa que precisa madrugar para fazer o café e aprontar os filhos na escola? Há mais exemplos, mas estes bastam.

Na madrugada desta noite, temos uma ótima chance de encerrar de uma vez por todas com o capítulo dos foguetórios em Porto Alegre. Será uma vitória da inteligência sobre a burrice.


Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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