| 11/12/2008 08h49min
Embora esperada pelo mercado, a manutenção pelo Banco Central da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano recebeu críticas do empresariado e de sindicalistas, que ainda tinham esperanças de que a redução poderia ter início neste mês, para diminuir os impactos da crise internacional. A decisão, na visão deles, frustra as expectativas de mudança do cenário para o início de 2009.
No Rio Grande do Sul, o presidente da Fecomércio, Flávio Sabbadini, considera conservadora a posição, mas acredita que o momento de crise justifica a medida:
— É um momento atípico e o conservadorismo não é tão desproporcional.
Para a Fiergs, independente do movimento da Selic nos próximos meses, é improvável que as taxas de juros praticadas no mercado sofram modificações. O presidente da CUT no Estado, Celso Woyciechowski, critica a manutenção da taxa de juros:
— O Copom mantém a taxa de juros priorizando dessa forma o capital especulativo e não o
capital produtivo.
Para Armando Monteiro
Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a crise seria amenizada se o Copom tivesse optado por um corte na taxa de juros em vez de mantê-la inalterada:
— A perda de intensidade da atividade econômica, em virtude dos efeitos da crise financeira internacional e das dificuldades do mercado de crédito, justificaria plenamente uma ação nesse sentido.
Na opinião do dirigente, um corte na taxa de juros "acompanharia inclusive a política monetária de diversos países nesse momento de necessidade de ações coordenadas em escala internacional".
O presidente da Ford, Marcos de Oliveira, gostaria que os juros tivessem diminuído, mas acredita que em janeiro isso deve ocorrer.
— Se não cair, será um erro estratégico do Banco Central que pode ter impacto no crescimento da economia em 2009. No mundo inteiro as taxas estão caindo. No Brasil, a preocupação com a inflação não existe mais, diante da retração do mercado — disse
Oliveira.
Confira gráfico:
Selic
Quanto mais alta a Selic, mais caro fica o crédito, o que desestimula o consumo de bens e serviços. Quanto a Selic é alta, os bancos preferem comprar títulos do governo, remunerados pela Selic, do que emprestar aos consumidores.
A taxa de juros fixada pelo Copom é a meta para a Selic e normalmente vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do comitê. No entanto, pode ser definido o chamado viés, que permite ao presidente do BC alterar a taxa a qualquer momento entre as reuniões. A última vez que isso aconteceu foi em março de 2003, quando foi estabelecido o viés de alta, ou seja, o presidente do BC podia elevar a
Selic.
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