| 04/12/2008 11h24min
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou nesta quinta-feira que o governo está avaliando medidas para evitar o desemprego, mas não deu detalhes.
— O que acho é que hoje o governo tem os instrumentos. A diferença é essa. A gente tem instrumentos para diminuir a quantidade do desemprego — afirmou a ministra. — Essa é uma das questões centrais do governo: não deixar que haja uma queda na oferta do emprego, que comprometa tudo o que conquistamos até agora."
Ela admitiu que o governo precisa "destravar" o crédito para poder negociar com empresários medidas para evitar demissões.
— O governo tem conversado com empresários, no sentido de manter a produção e o crédito. Agora, tem de destravar essa questão do crédito para poder, de fato, ter uma conversa nesse nível com os empresários — disse a ministra, ao entrar para a reunião com a direção nacional da Central Única dos Trabalhadores, no Teatro dos Bancários, em Brasília.
A
ministra reafirmou que a situação do Brasil é
diferente da de países desenvolvidos, onde ocorre grande número de demissões:
— Não vamos ter o que está acontecendo no resto do mundo, principalmente nos países desenvolvidos, que é uma "estagdeflação".
Demissões na Vale
Sobre as demissões na Vale — a mineradora informou ontem que já demitiu 1,3 mil funcionários no Brasil e no exterior, o que representa 2,1% do total de 60 mil funcionários — Dilma disse que elas foram do exterior:
— Vamos tomar todas as medidas para evitar ao máximo o desemprego (no país). E isso vai depender de variáveis econômicas.
Dilma disse que não faz previsões sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidirá sobre a taxa básica de juros, a Selic.
— Não vou me manifestar em relação a isso. No Brasil temos condições melhores. Há esse impacto inicial, essa grande freada de outubro e novembro e
todo o trabalho do governo vai garantir que haja continuidade do investimento para
que possamos crescer de 3,5% a 4% no ano que vem — disse.
Para a ministra, o momento decisivo da economia do País, com a crise financeira internacional, será no fim deste ano até o fim do primeiro trimestre de 2009:
— Essas medidas que o governo já tomou vão ser combinadas, eventualmente, com outras medidas, no momento que a gente localizar problemas concretos.
Dilma, ao chegar ao Teatro dos Bancários, onde se reúne com dirigentes de centrais sindicais
Foto:
Elza Fiúza/ABr
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