| 11/10/2008 15h01min
O governo do Equador lamentou neste sábado a decisão do Brasil de suspender a visita a Quito de uma missão governamental devido aos problemas envolvendo a construtora Odebrecht.
A Chancelaria equatoriana reagiu hoje à decisão brasileira com um comunicado oficial no qual lembra que a missão que visitaria o país tinha como objetivo avançar no estudo do projeto de interconexão Manta-Manaus.
O governo "lamenta que a decisão tenha sido adotada em relação à situação entre o Estado equatoriano e uma empresa construtora privada (Odebrecht) do Brasil", diz o texto.
A Odebrecht é acusada no Equador de descumprir a execução de vários contratos de obras de infra-estruturas, como a hidrelétrica de San Francisco, construída pela empresa e inaugurada em novembro de 2007, mas fora de operação desde junho passado por supostos problemas estruturais.
O Executivo do Equador anunciou em setembro a expulsão da Odebrecht, porém depois chegou a um
acordo com a instituição, que se comprometeu a
cumprir todas as exigências para evitar sua saída.
No entanto, o Executivo equatoriano manteve esta semana suas críticas à companhia e ressaltou que ela "não pode continuar" no país.
Em resposta, o governo brasileiro resolveu suspender de forma indefinida os projetos de cooperação com o Equador e cancelou a visita a Quito de uma delegação do Ministério dos Transportes para analisar os avanços no Eixo Multimodal Manta-Manaus.
No comunicado, a Chancelaria lembrou que há alguns dias foi realizada em Manaus uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os Chefes de Estado do Equador, Rafael Correa, da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, para analisar o projeto.
"Este importante projeto, que unirá a cidade equatoriana de Manta a Manaus, permitirá um maior desenvolvimento dos cinco países envolvidos e de toda a região", ressalta o texto.
Por isso, insiste em que "a visita do ministro
dos Transportes do Brasil se inscrevia no marco da reunião
convocada para os próximos dias em Quito".
Petrobras
Na mesma nota, o Executivo de Correa "ratifica seu agradecimento pela disposição da Petrobras em renegociar seu contrato com o Estado equatoriano e de se alinhar à política governamental para elevar a produção de petróleo".
Além disso, prevê "a continuação" das atividades da companhia petrolífera brasileira no Equador, apesar de ter ameaçado nacionalizar o campo explorado pela empresa na Amazônia.
Apesar das dificuldades, "o governo nacional expressa sua vontade de continuar fortalecendo as relações bilaterais entre Equador e Brasil, estratégicas para o desenvolvimento de ambos os países e seus povos", acrescenta o texto oficial.
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