| 08/10/2008 22h47min
A construtora brasileira Odebrecht vai ter de deixar o Equador. O governo equatoriano rejeitou o acordo com a empreiteira e decidiu expulsá-la do país, informa a BBC Brasil.
— O presidente (Rafael Correa) tem cedido muito, mas definitivamente (a Odebrecht) não pode estar no país. Analisamos tudo e acreditamos que não é possível continuar com ela — afirmou nesta quarta-feira o ministro de Setores Estratégicos, Galo Borja, logo depois de uma reunião com Correa.
De acordo com Borja, o governo também considerou outras falhas que a empresa teria cometido em projetos que ainda estão em andamento. O governo equatoriano reclama que a Odebrecht teria recebido verba antecipada para a obra da usina hidrelétrica Teoachi-Pilaton e até agora não fez nada.
Com a decisão, todos os contratos da construtora, que totalizam US$ 650 milhões, estão encerrados.
A assessoria de imprensa da empreiteira afirmou que a empresa não foi comunicada
oficialmente, mas que "está disposta a acatar
qualquer decisão do governo equatoriano".
Na semana passada, a construtora havia oferecido uma garantia de US$ 43 milhões que poderia ser transferida para o Estado para o pagamento de uma eventual multa, caso uma auditoria internacional responsabilizasse a construtora pelas falhas encontradas na usina hidrelétrica San Francisco.
A empresa também havia oferecido estender a garantia das obras por mais um ano e arcar com os custos de reparação das falhas da usina.
O impasse entre o governo equatoriano e a construtora começou no dia 23 de setembro, quando Correa assinou um decreto ordenando o embargo dos bens da Odebrecht, a militarização de todas as obras em andamento e proibição de que funcionários da empresa deixassem o país.
Com uma potência prevista de 230 megawatts e com capacidade para abastecer 12% da energia do país, a central San Francisco foi construída pelo Consórcio Odebrecht - Alstom - Vatech (empresas européias) e
inaugurada em junho de 2007.
A partir de
junho de 2008, a San Francisco começou a apresentar falhas e logo depois foi fechada, o que, de acordo com o governo equatoriano, coloca em risco o abastecimento do país e poderia ocasionar apagões de energia.
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