| 16/09/2008 18h51min
Passeatas e manifestações contra Evo Morales convulsionaram nesta terça-feira Santa Cruz de La Sierra, cidade mais importante dos cinco departamentos onde a oposição ao presidente boliviano é mais intensa. A radicalização do discurso dos oposicionistas aconteceu em decorrência da prisão do governador do departamento de Pando, Leopoldo Fernández.
Ele é apontado pelo presidente Morales como responsável por armar milícias que participaram de um tiroteio que resultou em pelo menos 30 mortes naquela região fronteiriça com o Estado brasileiro do Acre. Integrantes do governo boliviano acusam Fernández de financiar pistoleiros brasileiros e peruanos para matar sindicalistas aliados ao presidente Morales.
Os oposicionistas demonstraram também, com cartazes e faixas, sua total decepção com o encontro de chefes de Estado realizado nesta segunda-feira no Chile. Na reunião, os presidentes de nove países sul-americanos manifestaram total apoio ao seu colega boliviano e concordaram
com a exigência dele de
que as dezenas de prédios públicos federais ocupados pelos opositores nas últimas semanas sejam devolvidos ao governo.
A oposição diz que não fará isso, pelo menos nos seus setores mais radicais. Um deles, a direitista Unión Juvenil Cruceñista(UJC), com sede em Santa Cruz de La Sierra, informou que os prédios federais continuarão sob intervenção dos oposicionistas e fez uma declaração de guerra aos apoiadores do presidente Evo Morales.
— Damos 48 horas para que o cônsul da Venezuela e seus assessores comunistas abandonem Santa Cruz de La Sierra. Eles vão sair, por bem ou por mal —declarou Anyelo Cespedes, presidente da UJC.
A UJC invadiu todos os prédios da administração federal em Santa Cruz nas últimas três semanas. Com isso, o governo de Morales ficou sem controle sobre importantes repartições, como a Receita Federal e o Instituto de Reforma Agrária.
Veja onde fica Pando, na Bolívia:
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