| 15/09/2008 19h36min
A alta do dólar, que fechou o dia em R$ 1,81, não acarretará pressões sobre a inflação porque será compensada pela queda no preço internacional de alimentos e minérios provocada pela desaceleração na economia mundial, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Para ele, o fato de o dólar ter subido 1% no mesmo dia em que a Bolsa de São Paulo registrou queda de 7,59%, a maior dos últimos sete anos, mostra que a crise na economia internacional está tendo efeitos limitados sobre a cotação da moeda americana.
— A alta no dólar foi pouco expressiva. Na sexta-feira, estávamos com o dólar próximo de R$ 1,80 e hoje ficou em R$ 1,81. Isso mostra que não há um ímpeto do dólar para subir — declarou o ministro.
Mantega descartou ainda que a inflação possa voltar a aumentar por causa da alta do dólar.
— A queda do petróleo e das demais commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional)
compensa largamente o impacto inflacionário que poderia ser
proporcionado pela alta do dólar — afirmou.
O ministro disse ainda que os novos níveis da moeda americana podem representar uma oportunidade para o Brasil, porque torna os produtos brasileiros mais atrativos no Exterior.
— Essa subida do dólar barateia os produtos brasileiros e ajuda a manter o aumento das exportações. Enquanto outros países sairão enfraquecidos, o Brasil sairá mais forte — avaliou.
Mesmo com a crise, Mantega orientou os investidores a não se precipitarem e manter o dinheiro no mercado de ações porque oscilações bruscas são normais em momentos de turbulência e a economia brasileira está sólida.
— Nesta situação de crise, há muitas flutuações que depois voltam ao normal. Então, nenhum movimento brusco, porque o Brasil é um porto-seguro e será fortalecido com essa crise — ressaltou.
Apesar de a quebra de instituições financeiras nos Estados Unidos poder intensificar a retração na economia
mundial, o ministro manteve as estimativas de crescimento para o
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro:
— Mantenho a projeção de crescimento da economia de 4,5% para 2009 e de 5% a 5,5% para este ano.
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