| 15/09/2008 18h47min
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse no final da tarde desta segunda-feira que está monitorando a crise financeira internacional cuidadosamente.
— O Brasil está preparado para enfrentar uma situação adversa dos mercados internacionais — afirmou, durante entrevista à imprensa em São Paulo.
De acordo com ele, o mercado internacional tem apresentado intensa volatilidade nos últimos dias em razão de uma preocupação de risco sistêmico nos Estados Unidos. Ele lembrou que as autoridades americanas têm atuado de maneira decidida.
— O Banco Central do Brasil está em contato permanente com seus pares de outros países e monitorando tudo com muita atenção — avaliou.
Meirelles disse que, no Brasil, houve aumento de volatilidade nos mercados, mas isso, segundo ele, é um movimento normal para períodos como esse.
— Está se provando que a política estratégica do Brasil aumentou a sua resistência a
choques externos — disse, citando o acúmulo de reservas
internacionais. Ele lembrou que atualmente o governo é credor líquido em dólares. Para ele, além do "grande colchão" de liquidez obtido com as reservas, também facilitam a passagem do Brasil pela crise a estabilidade da economia e o regime de câmbio flutuante.
Bancos
Os bancos brasileiros têm um "colchão de liquidez" (recursos) suficiente para passar pela atual crise do sistema financeiro internacional e, em nível superior à exigência feita pelo BC, avaliou Meirelles. Ele afirmou ainda que o setor não está exposto aos ativos diretamente ligados ao subprime (crédito de alto risco de inadimplência nos EUA).
— Até o momento o Banco Central não teve que fazer gestão extraordinária nos mercados — afirmou.
Para ele, este é um momento de reafirmar os bons fundamentos da economia brasileira. Meirelles descartou que possa existir um descolamento do Brasil em relação à turbulência externa internacional.
— Não existe descolamento completo de nenhuma economia.
Crise internacional não é bom para ninguém — considerou. Para o presidente do BC o que existe hoje é um aumento da resistência brasileira à crise.
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