| 27/08/2008 14h21min
Apesar de manter a base da Seleção Olímpica na convocação da equipe principal para os dois próximos jogos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, o técnico Dunga descartou qualquer resistência ao retorno de quem não vestiu a camisa para disputar os Jogos de Pequim. O treinador do Brasil ameniza as ausências pela intransigência dos clubes europeus em liberar atletas acima de 23 anos.
- São situações diferentes. São profissionais acima de 23 anos que o clube não liberava e não tem como brigar com o clube. Tem de ter tranqüilidade. Vou pensar sempre na seleção, problemas pessoais não levo em consideração. O importante é a Seleção - avalia.
Segundo ele, os ausentes não precisarão demonstrar empenho extra para voltar a ser lembrados nas próximas listas.
- Cada um tem o seu direito de querer ou não. É só falar, ser claro. O importante é que a gente tem sempre que renovar, trazer quem quer para a seleção. Vai se um momento que o jogador não vai estar bem e não vai querer vir. É normal, a gente tem de compreender isto - afirma.
Mesmo com toda a compreensão declarada, Dunga deixou claro que na Seleção o mais importante é o conjunto.
- É importantíssimo a individualidade, não se faz nada sem ela, mas tem de ter o coletivo. O coletivo é o que sustenta a individualidade - continua.
Em Pequim, o grupo conquistou o treinador e teve nove integrantes incluídos na convocação para os jogos das Eliminatórias contra Chile e Bolívia, em setembro. As exceções foram Hernanes e Alexandre Pato.
- Os jogadores se comprometeram, tiveram atitude e postura. São jogadores que demonstraram caráter, ficaram o tempo todo sem folga e muitos brigaram com seus clubes para estar lá. Alguns tiveram multas de 25 mil euros por dia para estar com a Seleção. Não era este espírito que se queria? É assim que vai ser até o final - revela.
Para o treinador, o ciclo olímpico provou que nunca houve dificuldades entre ele e qualquer jogador.
- Me criticaram, falaram que eu não queria A ou B ou C e até agora, não está jogando. Demoram dois ou três meses e a verdade vem aí. Você não tem de falar o que as pessoas querem ouvir, tem de falar a verdade - completa.
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