O advogado Roberto de Figueiredo Caldas, conselheiro da Comissão de Ética Pública, ligada à Presidência da República, disse que poderá pedir à Polícia Federal (PF) a gravação da conversa mantida pelo chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, com o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).

O diálogo consta na investigação da Operação Satiagraha, da PF, que apurou o esquema de suposta corrupção que seria coordenado pelo empresário Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity.

Reunida nesta segunda, a comissão decidiu que Roberto Caldas será o relator do caso. Ele afirmou que, por enquanto, só juntou ao processo as reportagens que citam Carvalho e Greenhalgh e que, por isso, precisará de mais elementos para formar sua opinião.

— Às vezes, o simples fato de termos um material com interpretação (reportagens) não significa que a interpretação tem fatos concretos para processá-lo. Precisamos de fatos concretos para isso. Por enquanto, não pedimos explicações porque os elementos parecem precários — explicou o advogado.

No diálogo, o ex-deputado pediu ao assessor de Lula que verificasse se o governo estava fazendo investigação sobre seu cliente, Humberto Braz, um dos principais assessores do banqueiro Daniel Dantas.

Gilberto Carvalho admite ter conversado Greenhalgh sobre Humberto Braz. Ele nega, entanto, ter cometido tráfico de influência.

Carvalho chegou a dizer, por meio de nota, que também será objeto de análise da comissão, que consultou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ligado à presidência, sobre o pedido do ex-deputado, mas ele nega ter recorrido à PF ou ao Ministério da Justiça.