| 29/07/2008 08h20min
A interceptação da caixa de e-mails de Maria Alice Dantas, mulher de Daniel Dantas, sócio-fundador do Grupo Opportunity, levou à identificação de planilhas com nomes de supostos beneficiários de recursos do Opportunity Fund, visto pela Polícia Federal (PF) como um canal para remessas ilegais a paraísos fiscais. A PF pediu a quebra do sigilo bancário da conta de Maria Alice para identificar os destinatários de valores pagos pelo grupo de Dantas.
Peritos federais e do Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) e do Banco Central verificaram que, entre janeiro e novembro de 2005, Maria Alice movimentou R$ 21,4 milhões sem que tivesse fonte de renda. Os dados constam do relatório final do delegado Protógenes Queiroz, que conduziu a Operação Satiagraha e desvendou suposto esquema de desvio de recursos públicos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O relatório foi anexado ao inquérito no dia em que Protógenes indiciou Dantas, sob
acusação de gestão fraudulenta
e formação de quadrilha. As movimentações bancárias de Maria Alice não teriam sido informadas ao Banco Central e ao Coaf, em descumprimento à "carta-circular Banco Central 2.826/98".
Segundo a PF, essas operações "estão vinculadas ao envolvimento dos agentes do Grupo Opportunity na lavagem de dinheiro". Maria Alice não exerceria nenhuma atividade no grupo, mas seu nome figuraria como sócia-administradora de três empresas.
Para o delegado, além de Maria Alice ser suspeita de ter uma conta para lavagem de dinheiro, ela também seria "usada como 'laranja' para abertura de empresas". Protógenes aponta conversas telefônicas e e-mails interceptados para justificar suas suspeitas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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