| 01/08/2008 11h38min
Após denúncia publicada pela revista colombiana Cambio da suposta relação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com altas esferas do governo brasileiro, o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos e coordenador do Plano Amazônia Sustentável (PAS), Roberto Mangabeira Unger, negou nesta sexta-feira que guerrilheiros estejam em território nacional.
> Confira a íntegra da matéria da revista Cambio
— Não há presença das Farc na região. As nossas Forças Armadas têm sido muito eficazes em assegurar a integridade das nossas fronteiras. Mas é verdade que a Amazônia é a nossa maior preocupação de defesa hoje — disse, em entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
De acordo com a agência
argentina Telam, a revista colombiana Cambio divulga que dirigentes políticos,
militares e membros da Justiça brasileira manteriam contato com a guerrilha. Ainda conforme informações publicadas pela revista, foram encontrados no correio eletrônico de Raúl Reyes — o número dois das Farc, morto em março por tropas colombianas durante operação em território equatoriano — os nomes de cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cinco deputados, um conselheiro e um juiz.
A publicação cita, entre outros nomes, o do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, da deputada distrital Érika Kokay (PT-DF) e de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, além do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, do assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia e do ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Paulo Vannuchi.
Visita a Manaus
Unger comentou sua visita a
Manaus ontem e avaliou que o Brasil começa uma
grande discussão civil e militar a respeito dos problemas de defesa das fronteiras. Ele destaca que o país é o mais pacífico entre as grandes nações do mundo, mas que é preciso "ser escudo contra as agressões, as ameaças e as tentativas" de intimidação. Ele negou ter criticado o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e disse apenas que, durante a visita, tentou compreender os recursos disponíveis no país.
— A defesa da Amazônia passa pelo monitoramento e pela mobilidade. Não podemos estar onipresentes em nosso vasto território e nas nossas imensas fronteiras. Uma das minhas preocupações é superar nossa dependência da tecnologia estrangeira na visualização do nosso território. Precisamos ter um canal que esteja 100% sobre nosso controle.
Revista colombiana afirma que as Farc teriam relações com o governo brasileiro
Foto:
Site Revista Cambio, Reprodução
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