| 24/07/2008 17h20min
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) emendou a terceira queda consecutiva e despencou mais de 3% nesta quinta-feira, empurrada pelas ordens de vendas de estrangeiros, concentradas em ações da Vale, da Petrobras e de siderurgia.
A queda foi tão firme que, no final do pregão, os níveis de preços atingiram pontos em que foram disparadas ordens de "stop loss" (prevenção de prejuízo) e as perdas se agravaram. Com isso, a Bolsa brasileira — que operou o dia todo colada em Nova York — terminou no menor nível desde 23 de janeiro deste ano (54.234,8 pontos).
O índice Bovespa registrou baixa de 3,34%, aos 57.434,4 pontos. Oscilou entre a mínima de 57.334 pontos (-3,51%) e a máxima de 59.641 pontos (+0,37%). No mês, as perdas acumuladas atingem 11,66% e, no ano, são de 10,10%. O volume financeiro negociado hoje na Bovespa totalizou R$ 6,997 bilhões (preliminar).
O pregão doméstico acompanhou o declínio das principais bolsas internacionais, com os sinais
de desaceleração econômica ficando
mais evidentes na Europa e nos Estados Unidos.
As ações da Vale e da Petrobras já vinham sofrendo com a fuga de estrangeiros, que continuam a se desfazer de papéis brasileiros para honrar perdas em outros mercados de ações ou apenas para se proteger da volatilidade dos negócios nas últimas semanas.
O ímpeto de vendas destes investidores hoje sequer deu chance para a alta do petróleo repercutir sobre Petrobras.
As ações ordinárias (ON) da estatal derreteram 4,86% e as preferenciais (PN), -4,43%. Vale ON despencou 4,67% e PNA, -5,05%. Usiminas PNA liderou as perdas do Ibovespa ao cair 6,71%. Gerdau PN tombou 6,12% e CSN ON, -5,11%.
Na Europa, as bolsas caíram depois que o Reino Unido anunciou que as vendas no varejo registraram em junho a maior queda mensal desde o início do acompanhamento do indicador em 1986, e também depois que, na Alemanha, o Instituto Ifo informou que o índice de sentimento empresarial caiu pelo quarto mês
consecutivo para o menor patamar desde setembro de
2005.
Na Bolsa de Londres, o índice FT-100 caiu 1,61%; em Paris, o índice CAC-40 recuou 1,38%. Em Frankfurt, o índice Xetra-Dax caiu 1,46%.
Nos Estados Unidos, as vendas de imóveis residenciais usados nos EUA caíram muito mais do que o dobro do previsto -2,6% ante 0,8% estimado, e os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram em 34 mil, ante previsão de elevação de 14 mil.
Os balanços de empresas também não agradaram, com destaque para a Ford, que registrou baixa contábil de US$ 7,4 bilhões no segundo trimestre e anunciou prejuízo líquido de US$ 8,67 bilhões.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York terminou em baixa de 2,43%, aos 11.349,3 pontos, o S&P recuou 2,31% e o Nasdaq, -1,97%.
O preço do petróleo, que nos últimos dias também vinha ajudando os índices de ações a subirem, hoje subiu 0,84% no contrato com vencimento em setembro, para terminar o dia a US$ 125,49 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York
(Nymex, na sigla em inglês).
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