| 29/04/2008 05h15min
Um dia após completar 23 anos, Júnior foi dispensado nesta segunda-feira pelo Grêmio. Sua brevíssima passagem pelo clube foi regiamente remunerada: atuou por apenas 137 minutos e recebeu R$ 120 mil de salários. A cada 60 segundos jogados, o volante embolsou R$ 876.
Asaída de Júnior surpreende. Apresentado dia 7 dezembro do ano passado, ele havia chegado ao Olímpico com a esperança de reeditar o sucesso de Diego Souza, junto com quem havia se formado nas categorias de base do Flamengo.
Fora de forma, culpa de uma inatividade superior a um ano, foi o jogador mais exigido pelo preparador físico Flávio de Oliveira durante a pré-temporada, em Bento Gonçalves.
Quando se aproximava da condição ideal, sofreu uma fratura por estresse no pé direito e parou de novo.
O encerramento da curta trajetória de Júnior pelo Grêmio coincide com a contratação de Celso Roth, dia 15 de fevereiro. Os dois eram desafetos desde 2005, quando o
técnico teve passagem pelo Flamengo. Nas
entrevistas, questionado sobre o aproveitamento do jogador, cujo desempenho nos treinamentos era elogiado, Roth não dava respostas objetivas. Dizia, no máximo, que em algum momento ele receberia uma oportunidade.
— O homem não ia com a cara dele — disse um dirigente, ontem, contrariado com a saída do jogador.
Liberação é resultado de avaliação técnica
Carlos Leite, um dos empresários do volante, mostrou-se surpreso com a dispensa.
— Pelo que soube, ele nada fez de errado e mostrava-se determinado nos treinamentos. Infelizmente, não teve oportunidade de jogar. Trata-se de uma opção do treinador, que teve problemas com ele no Flamengo. O que se pode fazer? — lamenta Leite.
Segundo o diretor-executivo, Rodrigo Caetano, a dispensa é resultado de avaliação técnica e projeção de aproveitamento. Ele argumenta que a chegada de Amaral, a possível contratação de Makelele e o investimento em
Rafael Carioca e Willian Magrão, formados nas categorias de base, não
permitiriam que Júnior fosse aproveitado.
— Esse é o momento em que os jogadores são recolocados no mercado. Ele terá a chance de ser aproveitado por outro clube no Brasileiro. Por isso, optamos por sua liberação — diz Rodrigo.
Como havia rescindido com o Flamengo antes de ser contratado pelo Grêmio, Júnior ficará vinculado ao Tombense, equipe amadora do Rio, até ser contratado por outro clube. Ontem, ele não foi localizado para conceder entrevistas.
Pouco trabalho, muito dinheiro
7 de dezembro: Júnior é apresentado no Olímpico
17 de janeiro: realiza cirurgia no pé direito
20 de março: joga 20 minutos contra o Sapucaiense
26 de março: disputa sua única partida inteira, contra o 15 de Novembro
9 de abril: atua por 27 minutos contra o Atlético-GO
28 de abril: é informado de sua dispensa
—
Ao todo, Júnior ficou quatro meses no Grêmio e jogou apenas 137 minutos. Como recebia salário mensal de R$ 30 mil, cada minuto
seu no clube custou R$ 876
— De acordo com o artigo 479 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o volante deverá ser indenizado em R$ 120 mil (metade do valor de seu salário multiplicado por 8, o número de meses que ainda teria de contrato até dezembro)
— Receberá ainda férias e 13º salário proporcionais
— Sem proposta, ficará vinculado ao Tombense Futebol clube, de propriedade do empresário Eduardo Uran
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