| 27/11/2007 14h02min
A flexibilidade do sistema de produção agrícola no Brasil como alternativa para driblar os riscos que afetam a atividade foi abordada na manhã desta terça, dia 27, pelo engenheiro agrônomo e professor de Economia Agrícola da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Alexandre Lahoz Mendonça de Barros no IX Seminário Nacional de Milho Safrinha que acontece esta semana em Dourados-MS. Para ele, a segunda safra de milho no Brasil determinará a possibilidade de segunda renda para os produtores rurais e será o principal fator para a ampliação do sistema produtivo, flexibilidade ausente na maioria dos países de clima temperado.
– Talvez o milho safrinha seja uma das poucas oportunidades de o produtor atender às novas demandas que atingem o mercado de grãos. Presenciamos um momento com possibilidades reais de buscarmos a liderança na exportação de soja, milho, carnes e leite. Com o aumento dessa demanda, com essa nova dinâmica, abre-se uma oportunidade excelente para o milho safrinha engajar-se nesse contexto – pondera o economista.
– O Brasil é um dos poucos países do mundo que possui condições de ampliar o sistema produtivo – completa.
Outro diferencial marcante, continua Mendonça, é o equilíbrio entre os sistemas produtivos da estrutura produtiva brasileira:
– O ano todo temos condições de produzirmos soja, milho e pastagem.
Para lidar com os riscos que afetam a atividade agrícola, como quebras de safra, preço, câmbio e a questão sanitária, o economista sugere que o produtor rural precisa diluir estes fatores com a flexibilidade que o sistema produtivo permite.
– É por isso que o milho safrinha é um componente importante para atenuar esses riscos e constitui-se em uma excelente alternativa de renda. As atividades de pesquisa precisam avançar para otimizar tal modelo – adianta.
Neste contexto, Mendonça reforça o potencial que o Brasil tem para ultrapassar a produção agrícola de países que ocupam as primeiras posições, como Estados Unidos, China e Índia.
– Enquanto o Brasil produziu pouco mais de 122 milhões de toneladas de grãos e cereais em 2006, os Estados Unidos lideraram com quase 423 milhões de toneladas. A China chegou às 401 milhões de toneladas – pondera.
Perspectivas
A importância da segunda safra do milho norteou as discussões durante a abertura do IX Seminário Nacional de Milho Safrinha na noite da última segunda, dia 26, em Dourados-MS.
– A produção de milho atingiu recordes na última safra devido aos esforços que estão sendo feitos em prol do milho safrinha – disse Vera Maria Carvalho Alves, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).
– Não nos interessa picos de produção na safrinha. Devemos pensar em atingir a estabilidade produtiva, com foco no desenvolvimento sustentável e na preservação ambiental. É nosso dever oferecermos condições para que a produção seja estável – afirmou Mário Urchei, chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS).
Para Paulo César
Magalhães, pesquisador da Embrapa Milho e
Sorgo e presidente da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo), entidade promotora do evento, os desafios impostos pela cultura - por ser plantado fora de época, principalmente - começam a ser vencidos para que a prática seja consolidada ainda mais como alternativa de renda para os produtores rurais.
Seminário
O IX Seminário Nacional de Milho Safrinha é uma promoção da Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS), com realização da Embrapa Agropecuária Oeste, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e tem a parceria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Associação de Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados (AEAGRAN), Grupo Plantio na Palha (GPP), Sindicato Rural da cidade e Embrapa Milho e Sorgo, com apoio de diversas empresas de sementes e outras instituições.
EMBRAPAGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.