| 27/11/2007 08h51min
Florianópolis, em Santa Catarina, vai virar, a partir desta quarta-feira, dia 28, a capital da sustentabilidade. Até sexta-feira, dia 30, empresários, especialistas em energia e políticos estarão reunidos na Eco Power Conference 2007 (Fórum Internacional de Energia Renovável e Sustentabilidade), no Costão do Santinho Resort, para discutir questões que envolvem crescimento e preservação do meio ambiente.
Entre os convidados, dois Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, vencedor em 2006, e Mohan Munasinghe, em 2007. Yunus virá pela primeira vez ao Brasil e falará sobre o Karma Capitalismo, como a cooperação pode extinguir a miséria. Munasinghe abordará o aquecimento global.
–O amanhã em nosso planeta depende de nossas atitudes hoje – pontua Munasinghe.
O assessor científico da conferência é um dos maiores especialistas em energia renovável do país, o físico José Goldemberg, ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia. Ele aponta que 40% da energia utilizada hoje no Brasil é renovável e que a matriz energética do país é muito mais limpa que a chinesa ou a estadunidense. Faz uma ressalva, porém, quando o assunto é energia eólica.
– O Brasil utiliza pouco a capacidade dos ventos e Santa Catarina tem um grande potencial para isso.
O vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica, Everaldo Alencar Feitosa, afirma que o Brasil tem uma das maiores jazidas de vento do planeta, mas que alguns mitos impedem o desenvolvimento da geração de energia eólica.
– Ao contrário do que é dito, implementar esse tipo de energia é muito mais barato que a hidrelétrica e que o gás.
Para o diretor da Eco Power, Ricardo Bornhausen, Santa Catarina precisa de uma agenda positiva e, foi a partir disso, que surgiu a idéia de levar o evento para Florianópolis.
– O tema (energia renovável e sustentabilidade) é o mais importante da agenda internacional deste início de século e movimentará a economia nas próximas décadas. Mesmo sendo a primeira edição, já conseguimos trazer dois Prêmio Nobel da Paz, grandes cientistas, um enviado da ONU.
Na avaliação de Bornhausen, mesmo antes de estar em voga o termo sustentabilidade, os empresários catarinenses já se preocupavam em aliar o crescimento à proteção ao meio ambiente. Essa conscientização, afirma a presidente do Grupo Full Jazz e líder da plataforma multimídia Mercado Ético - que trata do tema da sustentabilidade - , Christina Carvalho Pinto, será determinante para as empresas.
– Um levantamento do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável mostra que 75% das grandes marcas não existirão mais dentro de cinco a 10 anos e isso porque não vai haver espaço para quem quiser escapar desse esforço – destaca.
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