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Um dia depois do fim da missão de paz do secretário de Estado americano, Colin Powell, que deixou o Oriente Médio sem conseguir negociar um cessar-fogo entre israelenses e palestinos, o governo de Israel confirmou nessa quinta, dia 18, que vai retirar seu exército da maioria das cidades ocupadas na Cisjordânia – as exceções são Belém e Ramallah. O ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, acredita que a retirada poderá ser concluída até domingo, dia 21.
De acordo com testemunhas, na madrugada de ontem mais de 50 tanques começaram a deixar Jenin e Nablus. As duas cidades foram cenários de violentos confrontos nas últimas duas semanas. Na madrugada desta sexta, dia 19, uma rádio de Israel afirmou que, em Jenin, a retirada já havia sido finalizada. A informação, porém, não foi confirmada pelo exército. A violência na região se intensificou a partir de 29 de março, quando o premier de Israel, Ariel Sharon, lançou a operação Muro de Proteção, com o objetivo de acabar com a “infra-estrutura terrorista” responsável por diversos atentados.
Com a ocupação das principais cidades da Cisjordânia, milhares de palestinos foram presos e centenas, mortos. De acordo com Ben-Eliezer, o exército vai manter o cerco ao quartel-general do líder palestino Yasser Arafat, em Ramallah. No local, onde está confinado o próprio Arafat, estaria escondido, conforme Israel, o responsável pelo assassinato do ministro do Turismo israelense, Rehavam Zeevi, em outubro do ano passado.
Também será mantido o cerco à Igreja da Natividade, em Belém, onde cerca de 240 militantes palestinos estão entrincheirados. Diante do fracasso da missão americana no Oriente Médio, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, pediu ontem ao Conselho de Segurança da entidade que considere a possibilidade de aprovar o envio aos territórios palestinos ocupados por Israel de uma força multinacional que ajude a pôr fim à violência na região.
Os palestinos têm insistido na presença de observadores internacionais desde que se intensificou a violência, há 18 meses, mas Israel resiste à idéia. Powell deixou claro ontem que os EUA não encerrarão seus esforços para obter a trégua. Segundo o secretário americano, o mediador dos EUA para assuntos do Oriente Médio, Anthony Zinni, e o diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA), George Tenet, irão a Israel negociar um cessar-fogo.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o objetivo da proposta é restaurar a cooperação na área de segurança, acabar com a violência e restabelecer a ordem existente antes de setembro de 2000, quando teve início a segunda Intifada. Mais tarde, Powell afirmou que ele próprio deve voltar à região nas próximas semanas.
O presidente dos EUA, George W. Bush, voltou a abordar, ontem, a crise no Oriente Médio. Em entrevista em Washington, Bush disse que o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, é um “homem de paz”.
– Estou convencido de que (Sharon) quer que Israel viva em paz com seus vizinhos e abraçou a idéia de que os dois Estados (israelense e palestino) vivam um ao lado do outro – disse Bush.
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