Pressionado pelos protestos de rua e pelos Estados Unidos, o governo argentino decidiu apressar a elaboração de seu novo pacote econômico. O objetivo do presidente Eduardo Duhalde é comunicar as medidas até sábado. Neste domingo, dia 27, o vice-ministro da Economia, Jorge Tedesca, afirmou que o governo corrigiu a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6% para 5% este ano.

O novo conjunto de regras para a economia argentina envolve o aprofundamento da chamada "pesificação" – a conversão de todos os depósitos, créditos e contratos feitos em dólar para pesos –, o valor da emissão que o Banco Central poderá fazer e as definições do orçamento para 2002.

Conforme informações do jornal La Nación, o governo poderia emitir inicialmente cerca de 3,6 bilhões de pesos, o que garantiria a cotação oficial de 1,40 por dólar. Conforme Tedesca, a decisão de pesificar "está tomada", mas os valores estão sendo revisados para evitar erros. O aprofundamento da recessão prevista para este ano faz parte desse trabalho:

– Continuamos analisando os números e fizemos uma correção no sentido descendente que nos leva a uma queda da ordem de 5%.

O objetivo dos estudos é preservar o poder aquisitivo dos poupadores, atenuando o impacto da desvalorização de quase 30%:

O vice-ministro admitiu que a projeção é "muito negativa, mas realista". Segundo Todesca, uma comitiva do governo argentino deve ir a Washington na primeira quinzena de fevereiro para apresentar o plano ao Fundo Monetário Internacional (FMI).