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 | 14/09/2005 18h04min

Eletrobrás divulga nota sobre caso de seguros de operadores elétricas

Empresa Interbrazil é acusada de ter sido favorecida por irmão de Palocci

A assessoria de imprensa da Eletrobrás divulgou nota hoje para responder às denúncias feitas no Jornal Nacional de ontem de que a seguradora Interbrazil estaria envolvida em caixa dois na campanha eleitoral petista. O documento afirma que os contratos de seguros das usinas Angra I e Angra II foram assinados antes da gestão de Adhemar Palocci, irmão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

A estatal também se isenta de decisões tomadas por Copel, Celg e Eletronorte, que não teriam influência federal em suas gestões.

Na reportagem do Jornal Nacional, fornecedores revelaram que a autorização para o pagamento de contribuições ao PT era feito pelo irmão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, Adhemar, que trabalha na Eletrobras. O presidente da Interbrazil, André Marques da Silva, admitiu a ajuda aos petistas em troca de informação para fechar contratos. Ele afirma que não era nada fraudado e se diz vítima de perseguição porque teria quebrado o monopólio das grandes seguradoras.

A Interbrazil está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Sem tradição no mercado, a seguradora conseguiu grandes clientes no governo Lula, tendo fechado contratos de R$ 4,6 bilhões com várias estatais. Em 2004, a empresa começou a ter problemas financeiros, depois de faturar R$ 62 milhões. As investigações apontam para a existência de fraudes, mas só no mês passado a Superintendência de Seguros Privados (Susep) decretou a liquidação da empresa. Há suspeitas de que tenha havido favorecimento à Interbrazil por causa da relação da seguradora com o PT goiano e com Ademar Palocci.

Confira a íntegra da nota:

Matéria veiculada, ontem, pelo Jornal Nacional sobre a Seguradora Interbrazil merece, por parte desta assessoria, os seguintes esclarecimentos:

1. Os seguros das usinas nucleares de Angra I e Angra II foram assinados em março de 2003;

2. A empresa COPEL - Companhia Paranaense de Energia tem como acionista controlador o Estado do Paraná e a CELG - Companhia Energética do Estado de Goiás, o Estado de Goiás. O governo federal não exerce qualquer ingerência em suas decisões;

3. O engenheiro Adhemar Palocci, funcionário de carreira dos quadros de Furnas Centrais Elétricas, é, desde março de 2005, Diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte. Todos os contratos mencionados foram assinados dois anos antes de sua posse, não podendo ele ter qualquer responsabilidade sobre os mesmos.

Esclareça-se, por fim, que a Eletronorte é uma empresa controlada da Eletrobrás, sem nenhum poder nem competência para influenciar em decisões sobre contratos da Eletronuclear."

 
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