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 | 14/09/2005 16h29min

Parlamentares pedem que CPI investigue Interbrazil

Seguradora pagava contas do PT para conseguir contratos com o governo

A Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios deve votar amanhã a convocação para depoimento do dono da seguradora Interbrazil, André Marques da Silva, e do ex-secretário de Finanças de Goiânia e atual diretor da Eletronorte, Ademar Palocci, irmão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Segundo reportagem veiculada na terça no Jornal Nacional, a empresa pagava contas do PT para ter informações privilegiadas e conseguir contratos com o governo. A denuncia repercutiu na Câmara dos Deputados, que promete investigar o caso na CPI.

– Me parece que a CPI dos Correios necessariamente vai precisar entrar nesse tema para tentar entender que tipo de coisa aconteceu – disse o deputado Eduardo Paes.

O Jornal Nacional mostrou que Marques contribuiu com dinheiro não contabilizado para a campanha do PT goiano, o que ele mesmo admitiu:

– Contribuí para o Pedro Wilson, com bandeirinhas e tudo mais – disse.

Pedro Wilson, que é ex-prefeito de Goiânia, negou que tenha recebido dinheiro de caixa dois em 2004, quando tentava a reeleição:

– Não conheço e nem tive relação direta com eles. Estou até buscando indagação de quem seja – afirmou.

A Interbrazil está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Sem tradição no mercado, a seguradora conseguiu grandes clientes no governo Lula, tendo fechado contratos de R$ 4,6 bilhões com várias estatais. Em 2004, a empresa começou a ter problemas financeiros, depois de faturar R$ 62 milhões. As investigações apontam para a existência de fraudes, mas só no mês passado a Superintendência de Seguros Privados (Susep) decretou a liquidação da empresa. Há suspeitas de que tenha havido favorecimento à Interbrazil por causa da relação da seguradora com o PT goiano e com Ademar Palocci.

Segundo o presidente interino do PT, Tarso Genro, as denúncias devem ser apuradas pelo diretório estadual, em Goiás. Ele defende a investigação, mas afirma que existe uma onde de denuncismo contra o partido. O Ministério das Minas e Energia discute a situação de Ademar Palocci, hoje encarregado das obras da usina de Tucuruí. Ele não quis se manifestar sobre as denúncias.

AGÊNCIA O GLOBO

 
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