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 | 08/01/2002 08h33min

Empresas que atuam no país se queixam dos prejuízos

No primeiro dia após a desvalorização do peso, o governo do presidente Eduardo Duhalde – em meio aos temores de volta da inflação – procurava acalmar dirigentes de concessionárias de serviços públicos privatizados. As empresas, de capitais principalmente espanhóis, perderam a garantia de receber em dólar ou equivalente o valor dos serviços e de indexá-los à inflação norte-americana. E reclamam compensações com apoio dos governos de seus países, ameaçando recorrer à Justiça.

A Espanha, com quase US$ 26 bilhões investidos no país desde 1994, é o país mais preocupado com a desvalorização. O grupo de empresas afetadas pelas medidas argentinas constitui a base da economia espanhola e prevê prejuízos em torno de US$ 3 bilhões. São bancos, empresas de energia e telecomunicações, hotéis, companhia aérea e outras.

O ministro espanhol das Relações Exteriores, Josep Piqué, cujo país preside a União Européia (UE), considerou ontem “impensável” que as medidas argentinas prejudiquem empresas estrangeiras implantadas no país.

– Quero saudar a iniciativa do governo argentino de dialogar não com as empresas espanholas, e sim com as empresas que, no âmbito do serviços públicos ou do sistema financeiro, desempenham papel fundamental para o futuro da economia do país – declarou.

E acrescentou não ser “imaginável que a Argentina possa sair de sua situação crítica colocando em situação insustentável setores inteiros de atividade”. O presidente norte-americano, George W. Bush, disse ontem, dia 7, que apoiará a Argentina se houver acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e desejou sucesso ao plano econômico. A mensagem foi transmitida ao ministro da Economia, Jorge Lenicov, pelo embaixador James Walsh.

As filiais de bancos norte-americanos que têm cerca de US$ 10 bilhões na Argentina, avaliam suas perdas, disse ontem William Clyne, do Instituto de Finanças Internacionais, a associação mundial de bancos privados com sede em Washington. O Banco de Boston e o Citibank são as principais instituições bancárias dos EUA com atuação na Argentina, informou Clyne. A rede Carrefour e as montadoras Renault e PSA Citroën são os grupos franceses mais preocupados com a Argentina.

Ontem, a fabricante de autopeças Valeo anunciou o fechamento da fábrica em Carmen de Areco, e a transferência para o Brasil. Entre as maiores empresas italianas na Argentina estão a Fiat e o Grupo Camuzzi (gás). Embora aleguem prejuízos, as empresas já previam a desvalorização e se prepararam para isso há oito meses, disse ontem Martin Brooker, do Crédit Lyonnais Securities.

 
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