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 | 30/05/2005 13h25min

PT divulga nota oficial sobre novas denúncias

Genoino diz que partido apóia a CPI dos Correios

O PT mostrou repúdio às denúncias divulgadas em reportagens neste fim de semana, em nota oficial nesta segunda, dia 30. De acordo com as matérias, o partido teria compactuado com a corrupção em empresas do governo Lula, como nos Correios, ao indicar pessoas para cargos estratégicos em estatais.

O comunicado assinado pelo presidente do PT, José Genoino, afirmou que apóia as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público no órgão e diz que, se houver irregularidades, os funcionários precisam ser punidos.

Veja a íntegra da nota:

"Em face de algumas reportagens contendo especulações inverídicas, publicadas notadamente pela revista Veja e pelo jornal Folha de S. Paulo, no último fim de semana, o PT vem a público esclarecer o seguinte:

1 - O PT nunca decidiu sobre a nomeação de cargos públicos. Nas várias negociações que alguns dirigentes do PT participaram no processo de montagem do governo, apenas postulou-se os legítimos interesses do PT, seja junto a representantes do governo, seja junto aos outros partidos. Na montagem de governos de coalizão, esses processos de negociação entre representantes de partidos, e destes com representantes de governo, são fatos normais em qualquer país, fazem parte do processo democrático e são inerentes a qualquer governo ou a quaisquer partidos;

2 - No caso das empresas estatais cabe informar que a grande maioria dos atuais ocupantes dos postos de direção é composta por funcionários de carreira dessas empresas, muitos dos quais já ocupavam funções de direção sob o governo anterior;

3 - Nos chamados cargos DAS, de livre contratação, o PT e os partidos aliados ocupam menos da metade dos cargos disponíveis, fato que desmente a acusação de aparelhismo difundida pela oposição;

4 - Os números sobre demissões e contratações ocorridas na troca de governo são públicos e demonstram que não houve demissão em massa de ocupantes de cargos da administração anterior. O nível de contratações e demissões ocorridas sob o atual governo não excede e, em alguns casos, fica aquém do nível de contrações e demissões ocorridas no governo anterior. Uma análise e divulgação destes números também retirariam qualquer credibilidade à acusação de aparelhismo;

5 - Cabe-nos informar ainda que, nas negociações do PT com os partidos aliados, estes sempre formularam reivindicações legítimas. Todas orientadas para a constituição de um governo de coalizão;

6 - O PT rebate e repudia as acusações veiculadas nas referidas reportagens de que tenha influenciado negócios ou licitações em empresas estatais com empresas privadas. Tais inverdades, criminosas e irresponsáveis, além de buscar prejudicar deliberadamente o PT e o governo, só podem orientar-se por objetivos inconfessáveis;

7 - O PT apóia uma ampla investigação, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, no caso das denúncias envolvendo funcionário dos Correios, e entende que qualquer desvio de conduta de funcionário público, seja ele de carreira ou livremente contratado, seja ele ligado ao PT ou a qualquer outro partido aliado, deve ser investigado e devidamente punido em caso de estabelecimento de culpa. O PT sempre se pautou pelo princípio da moralidade pública e pelo combate à corrupção. Não será agora, porque está no governo, que deixará de fazê-lo. Convém observar que, sob o governo Lula, os escândalos de corrupção foram e estão sendo combatidos como nunca, em intensidade e magnitude. Em nenhum outro governo, a Polícia Federal foi tão ativa em desmantelamento de quadrilhas de corruptos e fraudadores que agiam há anos, diga-se, impunemente, em vários órgãos públicos. O resultado destas ações se traduziu na prisão de centenas de fraudadores e corruptos, que foram postos à disposição da Justiça. Os resultados práticos de combate à corrupção sob o governo Lula são indesmentíveis e não serão apagados por informações inverídicas e especulações que pescam em águas turvas com objetivos, repita-se, inconfessáveis".

José Genoino - Presidente do PT.

São Paulo, 30 de maio de 2005.

 
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