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 | 09/03/2008 13h57min

Correa diz que levará tempo para retomar relações com Bogotá

Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá após o ataque militar colombiano a uma base das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no território equatoriano.

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que seu Governo levará "o tempo necessário" para restabelecer as relações com a Colômbia, após a crise diplomática entre os dois países, resolvida durante a cúpula do Grupo do Rio.

– A América Latina estará atenta para que fatos assim nunca mais se repitam. Como disse ao Grupo do Rio, não nos confundam, o problema não é o Equador, nem o Peru, nem o Brasil, o problema é a Colômbia. Somos um país neutro que sofre esse conflito – disse Correa em entrevista publicada hoje no jornal argentino "Clarín".

Correa também disse que a intervenção colombiana em território equatoriano em 1º de março não foi a primeira, e declarou que, "antes, a Colômbia negava".

– Esse é o caso mais grave e verificável. Antes era mais difícil a confirmação dos acontecimentos. Agora há evidências, guerrilheiros adormecidos, incursão aérea e tropas de elite que os massacraram. Foi espantoso, tiros pelas costas, pessoas feridas e abandonadas, e estamos investigando se houve ajuda estrangeira – advertiu.

Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá - postura seguida por Venezuela e Nicarágua - após o ataque militar colombiano a uma base das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no território equatoriano, no qual morreram o porta-voz internacional da guerrilha, "Raúl Reyes", e mais aproximadamente 20 rebeldes.

– Uribe quis nos acusar de conivência e de abrigar o que chama de terroristas. É um insulto. O país que mais abriga narcotraficantes, paramilitares e guerrilheiros é a Colômbia. As Farc têm 500 campos na Colômbia. Quem abriga quem? – perguntou o chefe de Estado equatoriano.

No entanto, Correa disse que seu país sabe "perdoar", e acrescentou que "perder a memória é suicídio".

O presidente do Equador agradeceu o apoio que recebeu dos países da região e se mostrou entusiasmado com a possibilidade de criar uma Organização dos Estados Latino-americanos.

EFE
 
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