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 | 08/02/2008 13h36min

Saída de Romney abre caminho para McCain

Segundo a CNN, McCain já tem 714 delegados dos 1.191 necessários e Romney gastou US$ 654 mil por delegado, diz jornal

A saída de Mitt Romney da corrida pela Casa Branca, anunciada na quinta-feira, abriu o caminho para que John McCain consiga a candidatura presidencial republicana, tendo os demais pré-candidatos, Mike Huckabee e Ron Paul, ainda bem distantes.

Mesmo à espera dos resultados definitivos da Superterça, McCain já conta com 714 delegados dos 1.191 de que necessita para ter a nomeação de seu partido, segundo contagem extra-oficial da rede CNN. Atrás, com 181 delegados, aparece Huckabee, ex-governador de Arkansas. O legislador texano Ron Paul acumula apenas 16 delegados até o momento.

Romney, ex-governador de Massachusetts, tinha acumulado cerca de 286 delegados nas primárias — nas quais investiu mais de US$ 40 milhões de seu próprio bolso.

O jornal The New York Times publicou que Romney gastou em sua campanha US$ 654 mil por delegado, contra os US$ 45 mil desembolsados por Huckabee.

Diante dessa diferença e dos maus resultados obtidos nas primárias da última terça-feira, Romney optou por desistir, "pelo bem do país e do partido".

— Não é uma decisão fácil para mim. Detesto perder — explicou Romney diante dos milhares de republicanos que se reuniram na quinta-feira na Conferência de Ação Política Conservadora, em Washington.

Muitos republicanos anseiam pelo fim do processo de nomeação para iniciar uma acirrada luta contra o pré-candidato vencedor do lado democrata, cuja disputa envolve a senadora por Nova York, Hillary Clinton, e o senador por Illinois, Barack Obama.

— Se continuasse brigando pela minha campanha até a Convenção, impediria o lançamento de uma campanha nacional e aumentaria as probabilidades de uma vitória (em novembro) de Hillary ou Obama — disse Romney ao anunciar sua decisão.

Apesar de renunciar "em defesa do bem do partido", o ex-governador não anunciou apoio a McCain, com quem nas últimas semanas manteve um amargo diálogo.

— Discordo de McCain em diversas coisas, como vocês já sabem — indicou, embora tenha afirmado que concorda com o senador do Arizona "em fazer o necessário para ter sucesso no Iraque, encontrar e executar Osama bin Laden e eliminar a Al-Qaeda e o terrorismo".

McCain surgiu como franco favorito após a Superterça, ao conseguir êxito em importantes Estados como Califórnia, Illinois e Nova York.

O ex-militar de 71 anos deverá agora concentrar seus esforços nas primárias de Kansas, Louisiana e Washington, que serão realizadas no sábado, assim como nas eleições prévias do dia 4 de março, em Ohio e Texas.

Apesar de sua inquestionável vantagem, McCain enfrenta a resistência da ala mais direitista do partido, que o acusa de ser um traidor do verdadeiro conservadorismo.

Rush Limbaugh, um famoso comentarista americano, lançou uma dura ofensiva contra o senador pouco depois do fechamento das urnas na terça-feira.

Em seu programa, transmitido em 612 estações de rádio em todo o país, ele acusou McCain de ter posturas anti-conservadoras em temas como imigração e política fiscal.

O locutor chegou a insinuar que caso McCain ganhe a nomeação republicana, consideraria votar no candidato democrata nas eleições gerais de novembro.

O senador tentará nesta sexta-feira responder às críticas diante dos cerca de seis mil presentes que participam da Conferência, aos quais quer convencer de suas profundas crenças conservadoras.

Romney insistiu que só o conservadorismo permitirá aos Estados Unidos manter seu status de "superpotência".

— Estou convencido de que, ao menos que os EUA mudem de rumo, poderemos nos transformar na França do século XXI. Ainda uma grande nação, mas não a líder do mundo, não a superpotência. Isso é impensável para mim — concluiu.

EFE
 
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