O vereador de São Leopoldo acusado de participar do esquema de recebimento de propina Hamilton Silva (PMDB) pediu afastamento da Comissão Processante da Câmara Municipal. Silva encaminhou o desligamento à presidência da Casa. Ele foi denunciado juntamente com outro vereador do PMDB, Moacir Soares.

A presidente da Câmara, Iara Cardoso (sem partido), ingressa nesta terça-feira, 13 de agosto, no Tribunal de Justiça do Estado com pedido de cassação da liminar que suspendeu os trabalhos da comissão.

Nesta segunda, a Justiça de São Lepoldo, no Vale do Sinos, concedeu liminar suspendendo as ações da comissão processante que investiga denúncias de recebimento e de pagamento de propina a vereadores. O vereador Alexandre Roso (PHS) apresentou a segunda das seis fitas VHS gravadas pelo ex-vereador de São Leopoldo Mário D'Ávila. A imagem em preto-e-branco mostra cinco parlamentares discutindo a repartição de dinheiro supostamente desviado da Câmara de Vereadores. Entre estes estaria Silva (PMDB), que até então integrava a comissão para investigar o caso.

Silva e o vereador Moacir Soares (PMDB) se juntam aos nove parlamentares que apareciam nas imagens da primeira fita, divulgada em 12 de julho. Além dos dois, as novas imagens mostram os vereadores Fernando Henning (afastado do PMDB), Jorge da Silva (PTB) e Valmor Tavares (afastado do PL). Agora, são 11 os parlamentares que aparecem nas filmagens capturadas por uma microcâmera escondida no gabinete da presidência.

Na fita, os vereadores admitem que recebem dinheiro e discutem sobre o atraso no pagamento. De acordo com denúncia de D'Ávila à Promotoria Especializada Criminal, notas frias superfaturadas eram usadas para comprovar despesas nem sempre realizadas, gerando a sobra que seria repartida.

Num trecho da fita, o vereador Hamilton Silva admite receber R$ 2,5 mil por três meses seguidos no início de 2000. Em outro, D'Ávila aparece dizendo que cada um havia recebido R$ 5 mil no dia da eleição do vereador Joni Jorge Homem (PFL) à presidência da Câmara, no final de 1999. O vereador Jorge da Silva faz ameaças de morte caso o dinheiro não seja pago.

Com informações da Rádio Gaúcha.