A comissão processante instaurada na Câmara de São Leopoldo, que investiga denúncias de recebimento de propina para a eleição da presidência em 2000, reúne-se às 18h desta segunda-feira, 22 de julho. 

As acusações contra vereadores da casa tornaram-se públicas na última semana, quando o vereador Alexandre Roso (PHS) apresentou fitas de vídeo em que parlamentares recebiam dinheiro dentro do gabinete do então presidente da Câmara, Joni Jorge Homem (PFL). Nove vereadores foram identificados nas gravações, quatro dos quais exercem mandatos nesta legislatura: além de Homem, Valmor Tavares (PL), Jorge da Silva (PMDB), e Fernando Henning (PMDB) também estão no Legislativo. Os vereadores acusados de participação no esquema de cobrança de propina terão 10 dias para apresentarem sua defesa à comissão. Eles correm o risco de terem o mandato cassado.

A comissão, presidida por Laerte Luís Gershwertner (PDT), tem 90 dias, a contar da data de criação – na última quinta-feira, dia 18 – para concluir as investigações. A  relatoria é do vereador Ronaldo Vieira (PT). 

Com exceção de Homem, os vereadores e ex-vereadores sob investigação aparecem em fitas de vídeo VHS gravadas a pedido do ex-vereador Mario D'Ávila (PFL), que entregava a suposta propina. As fitas teriam sido gravadas no segundo semestre de 2000, quando Ávila exercia a função de assessor informal de Homem, então presidente da Câmara. A idéia teria partido do próprio Ávila, já condenado por participação em uma quadrilha flagrada em 1993, em São Leopoldo, com 2,1 toneladas de cocaína.

As denúncias envolvendo os vereadores da gestão passada, ainda provocaram quatro afastamento nos primeiro e segundo escalões da prefeitura de São Leopoldo. O diretor do Hospital Centenário, Fernando Fusquini (PMDB), o diretor da subsecretaria da Zona Leste, Angelo Magro (PMDB), e o diretor da Unidade Básica de Atendimento Médico (Uban) Feitoria, João Palharini (PTB), também foram afastados pelo prefeito Waldir Schmidt (PMDB).