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Acusado de recolher propina em Santo André nega participação em esquema

Analista confirmou que recebia mais de R$ 100 mil por mês

O funcionário acusado de ser o principal arrecadador do suposto esquema de pagamento de propina na prefeitura petista de Santo André (SP), na região do ABC Paulista, negou nesta quarta-feira, dia 3, as acusações. Irineu Marcolino Martin Bianco foi ouvido pela CPI da Câmara Municipal que apura as denúncias.

Bianco é gerente-geral do consórcio Nova Santo André, empresa que opera em diversas linhas de ônibus no município. Foi apontado por dois empresários como arrecadador da propina, que supostamente financiaria campanhas eleitorais do PT. O nome de Bianco foi citado por Sebastião Passarelli e Rosângela Gabrilli, sócios da empresa Viação São José.

Segundo eles, Bianco passava nas empresas todo dia 30 para pegar o dinheiro, que era chamado de "encomenda". Ele, no entanto, negou qualquer participação no esquema. Bianco declarou que trabalha há 18 anos em empresas de propriedade de Ronan Maria Pinto, um dos principais acusados de chefiar o suposto esquema de propina.

A analista financeira Gislene Valeriano da Silva confirmou em seu depoimento à CPI que recebia e contava, na garagem da Expresso Nova Santo André, entre R$ 100 mil e R$ 120 mil por mês em dinheiro das Viações São José, São Camilo, Padroeira do Brasil e Parque das Nações. De acordo com Gislene, a quantia era qualificada como "despesas administrativas". Os recursos, segundo Gislene, eram somados com outros R$ 50 mil e R$ 60 mil da Nova Santo André, postos em envelopes e entregues a Bianco.

A analista disse que era funcionária da Nova Santo André, mas, desde maio de 2001, trabalha na Expresso Guarará, que pertence à família Gabrilli, mesmos donos da São José e principais denunciantes das supostas irregularidades. Gislene contou que os valores eram trazidos por emissários das companhias, enrolados em jornais ou dentro de sacolas, entre os dias 25 e 30 de cada mês.

Segundo Gislene, só a São José não enviava o dinheiro. A analista informou que, depois que foi trabalhar na Guarará, parte da receita da empresa era separada e entregue à administradora, Rosângela Gabrilli, para que o pagamento mensal à Nova Santo André fosse feito, R$ 41,8 mil também eram lançados como "despesas administrativas".

 
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