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Ministro diz que Estado perdeu o controle sobre tráfico no Rio

Para Reale Júnior, assassinato de Tim Lopes atingiu o limite da dignidade

O Estado perdeu o controle sobre a violência do narcotráfico e os traficantes do Rio promoveram uma "ação de Estado" ao "prenderem, julgarem e executarem" o jornalista Tim Lopes, da Rede Globo. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, dia 10, em São Paulo pelo ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior.

Para o ministro, o assassinato do jornalista se inscreve "naqueles atos que atingem o limite da nossa dignidade". Ele afirmou que as forças-tarefa e de inteligência, designadas para prender os criminosos, estão em ação:

– Essa não é uma tarefa que se resolva da noite para o dia. Mas a verdadeira ação deve-se voltar para extinguir esse Estado paralelo criado pela criminalidade.

Segundo traficantes presos pela polícia do Rio no domingo, Tim Lopes foi assassinado no dia 2 por membros da quadrilha de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, líder da facção Comando Vermelho. Lopes fazia uma reportagem na favela Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio. A favela integra o chamado Complexo do Alemão, reduto de Elias Maluco. O jornalista teria sido levado pelos traficantes até a vizinha Favela da Grota. Lopes foi torturado e morto com o golpe de espada pelo próprio Elias, que antes teria promovido um "julgamento" do repórter.

– O tráfico de drogas e a delinqüência ocuparam (nos grandes centros brasileiros) o espaço deixado pelo Estado e se instituíram como um poder paralelo – afirmou o ministro Reale Júnior.

A governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), reuniu-se com equipes da Secretaria de Segurança do Estado para recomendar mais empenho na prisão do traficante Elias Maluco e nas buscas para encontrar o corpo de Tim Lopes. A reunião durou cerca de duas horas e a governadora deixou claro que confia na equipe de segurança.

A polícia não conseguiu localizar o corpo do jornalista, apesar da operação que percorreu nesta segunda-feira as Favelas da Grota e a Vila Cruzeiro, e envolveu 50 agentes de cinco delegacias e um helicóptero. Os policiais encontraram apenas um Fiat Palio onde o corpo de Lopes teria sido levado da Vila Cruzeiro para a Grota.

 
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