| 04/06/2008 08h10min
No terceiro dia sem técnico, a situação do Inter é a seguinte: Paulo Autuori está praticamente descartado e a contratação de Muricy Ramalho é muito difícil. Assim, a direção será obrigada a abrir o leque de opções e aguardar a movimentação do mercado. Conselheiros influentes revelam que se admite no Beira-Rio apostar em nomes como Dorival Júnior ou Ney Franco. O certo é que a contratação não será imediata e Guto Ferreira comandará o time por mais de um jogo.
Embora Abel Braga seja considerado um amigo pela direção, principalmente pelo presidente Vitorio Piffero, sua saída desarmou o Inter. A justificativa de que assinaria o contrato da sua vida também perdeu força. O técnico trocou R$ 180 mil mensais por R$ 320 mil, longe da família nos Emirados Árabes. A saída repentina pegou o Inter de surpresa. Dirigentes desconheciam, por exemplo, que na renovação com o Al-Rayyan Paulo Autuori acumularia também o cargo de manager. Por isso, deve seguir no mundo árabe.
Diante da decisão de Autuori, restam duas opções ao Inter: torcer pela demissão de Muricy ou apostar em um nome de um escalão abaixo no mercado. Essa segunda opção é vista com reservas. Há receio de repetir o erro cometido com Gallo em 2007. Quanto a Muricy, apesar da fase atribulada no Morumbi, ele resiste em pedir demissão. Recebe R$ 250 mil no São Paulo e desfruta de estabilidade conferida pelo presidente Juvenal Juvêncio.
Procurado ontem, Muricy avisou que não falaria sobre o interesse do Inter em seu retorno. Porém, ao ser questionado pelos repórteres após o treino do São Paulo pela manhã, foi evasivo:
– Recebo de outros times todas as semanas. Não são poucos. Toda vez que sou convidado é para ganhar muito mais. Se fosse colocar no papel tudo o que já perdi, seriam alguns milhões. Mas futebol não é isso. Trabalho a longo prazo também dá lucro.
O discurso da direção tem sido de cautela. O vice de futebol, Giovanni Luigi, insiste que não haverá pressa na contratação.
– Estamos analisando nomes e encaminhando contatos, mas até o momento não há nada – disse Luigi, às 21h de ontem.
À noite, Piffero recebeu em sua casa, no bairro Boa Vista, mais de 60 conselheiros do movimento Inter Grande. A idéia era discutir detalhes de sua reeleição. O ex-presidente Fernando Carvalho, líder do grupo político, viajou para São Paulo e não compareceu ao jantar. Carvalho é o consultor de futebol de Piffero e Luigi e sua opinião tem peso decisivo.
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