| 28/03/2008 14h49min
O chanceler da Áustria, Alfred Gusenbauer, deixou em aberto a possibilidade de boicotar a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, no dia 8 de agosto, em protesto contra a repressão dos protestos realizados no Tibete.
– Não podemos fechar os olhos para a violência e a violação dos direitos humanos no Tibete, por isso não é possível descartar de vez o boicote à cerimônia inaugural dos Jogos Olímpicos – afirmou Gusenbauer em comunicado.
Gusenbauer, que ano passado recebeu o Dalai Lama na visita deste a Viena apesar dos protestos do Governo da China, afirmou que os Jogos não podem se transformar “num acontecimento propagandista para legitimar a violência”.
– Devemos persuadir a China a interromper o uso da força. Estou entre os que se sentem comprometidos com a situação do Tibete – disse o chanceler e também ministro de Esportes.
Os protestos em Tibete contra o regime chinês, os mais graves em quase 20 anos e que mataram dezenas de pessoas, levaram vários grupos pró-direitos humanos a pôr em dúvida a idoneidade da China como anfitriã dos Jogos Olímpicos.
Gusenbauer, do partido social-democrata, descartou que o boicote seja seguido pelos atletas austríacos já este é o principal evento da vida de muitos deles e não faria sentido não participarem.
No entanto, ele afirmou que os Jogos são um evento político porque cada escolha das sedes é uma decisão política e o Comitê Olímpico Internacional (COI) sabia quais eram as circunstâncias na China.
Segundo ele, o governo de coalizão entre social-democratas e democratas-cristãos discute se é indispensável enviar uma representação política à abertura da cerimônia.
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