| 26/03/2008 15h01min
O presidente do Parlamento tibetano no exílio, Karma Chophel, afirmou nesta quarta que os Jogos Olímpicos de Pequim devem ser realizados, apesar da violenta repressão dos protestos no Tibete. Em discurso no Parlamento da União Européia (UE), em Bruxelas, na Bélgica, o político afirmou que o evento obrigará a China a se abrir.
– Caso a China se envolva cada vez mais nas atividades internacionais terá também que assumir as normas internacionais – declarou Chophel.
Perguntado pela conveniência de os Estados do Ocidente boicotarem os Jogos de Pequim, ou pelo menos suas cerimônias de abertura e encerramento, Chophel disse que “cada país deve decidir, segundo sua consciência, se participa ou não”.
A maior parte dos países membros da UE já descartou a opção do boicote, apesar de na terça-feira o presidente da França, Nicolas Sarkozy, ter deixado aberta a possibilidade de não participar das cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos.
Chophel disse ainda que a repressão da revolta iniciada no dia 10 de março deixou “pelo menos” 135 mortos, mais de mil feridos e 400 detidos. E que esses números, contudo, poderiam ser “até 10 vezes maiores”, já que o bloqueio das autoridades chinesas torna difícil a obtenção de informações confiáveis.
Chophel também pediu à comunidade internacional uma intervenção para frear “o assassinato de inocentes” pelo Exército da China. Nesta quinta-feira, ele pedirá em reunião do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, o envio de uma missão internacional ao Tibete.
– A propaganda chinesa busca enganar a todo o mundo. Se os feridos vão aos hospitais, não são tratados, são detidos. A maioria dos tibetanos nunca optará pela violência, mas todos têm direito à própria defesa – argumentou.
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