| 10/03/2008 15h34min
A 15ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente do Corinthians Alberto Dualib, por formação de quadrilha, estelionato e concurso material de delitos. Outros três ex-integrantes da direção do clube e um empresário também foram enquadrados no processo.
A denúncia, encaminhada à Justiça no dia 28 de fevereiro, foi aceita nesta sexta pelo juiz Marcelo Semer. O processo deve correr em segredo de Justiça, segundo o site Globoesporte.com. No dia 23 de abril, haverá um interrogatório com os acusados.
Desvio de dinheiro e notas frias
A denúncia foi feita por quatro promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. Notas fiscais frias apontam que os suspeitos desviaram cerca R$ 1,4 milhão do Corinthians. Porém, com base no relatório de testemunhas, o valor é de R$ 5,4 milhões.
A denúncia baseia-se em inquérito do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic). O órgão concluiu que o valor corresponde a notas fiscais frias emitidas por quatro empresas prestadoras de serviço que, no entanto, não teriam executado os trabalhos para o clube. As empresas suspeitas, apontadas na denúncia, são consultorias de contabilidade e informática.
As notas, emitidas entre janeiro de 2001 e janeiro de 2007, foram apreendidas pela polícia nas empresas citadas no inquérito. Ao todo, foram emitidas 264 notas fiscais, com valores que variam entre R$ 1,2 mil e R$ 14,5 mil. Os promotores também consideraram notas fiscais que, embora não apreendidas, foram descobertas a partir da análise de lançamentos em fichas financeiras do Corinthians.
– A despreocupação da quadrilha era tamanha e todos estavam tão seguros da absoluta impunidade, que, embora as empresas fossem diversas, com finalidades diferentes, as grafias lançadas no corpo das notas fiscais provinham, sempre, de um mesmo punho – afirmam os promotores na denúncia, citando laudo pericial.
De acordo com as investigações, o dinheiro era dividido proporcionalmente entre os suspeitos. Os valores, diz a denúncia, seriam justificados por meio de salários, vantagens pessoais ou serviços de assessoria que nunca se realizaram.
Outro lado
No dia em que a denúncia foi encaminhada à Justiça, o advogado de Dualib José Luiz Toloza negou as acusações.
– Foi tudo injusto. Seu Dualib nunca fez nada disso – garantiu o advogado ao site G1.
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