| 26/02/2008 08h26min
A falta de gols atormenta o colombiano Perea. Ontem, sem o sorriso das primeiras entrevistas no Grêmio, o atacante trazido do Bordeaux, da França, revelou a frustração por não ter conseguido confirmar, até agora, suas virtudes de goleador.
No domingo, no retorno de Bento Gonçalves, o silêncio de Perea contrastava com a euforia dos demais por mais uma vitória. Dentro do ônibus, o atacante recordava, a todo momento, as chances perdidas contra o Esportivo. Em uma delas, errou em bola dentro da área.
Dia perdido
Em Porto Alegre, a primeira atitude foi telefonar para Medellín e desabafar com a mulher, Joana, que foi resolver alguns assuntos por lá. Perea também falou com a mãe, Luz Angela, que mora na Colômbia.
– Foi um dia perdido – queixou-se o jogador, falando do hotel em que mora na Capital.
– Perdido, não. Sua equipe ganhou o jogo – confortou-lhe a
mãe, a 4.804 mil quilômetros de distância.
– É, mas, pessoalmente,
foi um dia perdido. Quando não faço gols, é um dia perdido – encerrou o atacante.
Perea ainda procura respostas pela secura de gols. No Nacional, de Medellín, eles saíam a todo momento. Tanto que lhe rendem até hoje convocações para a seleção colombiana. Por isso perdeu o sono depois de falar com a mãe e a mulher.
– Estou preocupado, não sei o que fazer. Sempre marquei muitos gols por onde passei. Talvez eu não esteja mirando bem o "arco" na hora de chutar – tentou explicar Perea, esforçando-se para se expressar em português.
São cinco jogos sem marcar. Demais para quem estreou pelo Grêmio três dias após ter feito dois gols pela Colômbia, em jogo amistoso contra o Uruguai, em Montevidéu. Os elogios da torcida pelo bom entrosamento com Roger consolam. Na quinta-feira, contra o Esportivo, Perea criou as jogadas dos dois gols marcados pelo meia. Ao final do jogo, foi enaltecido por sua inteligência.
Também ajudam a
acalmá-lo as manifestações de apoio no vestiário,
feitas pelos companheiros e pelo técnico Celso Roth.
– Sempre me dizem para ficar tranqüilo, que vai passar, que são coisas do futebol. Mas fui contratado para ser o que era na Colômbia. Na França, perdi meu tempo – diz Perea, segurando com a mão esquerda uma pequena garrafa de suco de laranja.
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